A conscientização sobre a importância da vacina contra a Covid-19 é um assunto bastante discutido atualmente, tendo em vista o cenário atual vivenciado em que a doença é a maior pandemia da história recente da humanidade causada pelo novo Coronavírus (SARS-CoV-2). Em entrevista à redação do JMV, o médico infectologista que atende em Timbó e municípios da região, doutor José Amaral Elias afirma que a principal função das vacinas é a proteção da população como um todo e não só a proteção individual de cada cidadão.

Segundo o profissional "isso fica muito mais reforçado quando estamos numa pandemia, e numa pandemia por vírus de transmissão fácil como a forma respiratória e grande capacidade de mutação genética e com potencial de gravidade numa proporção dos casos trazendo em curto espaço de tempo a saturação dos sistemas de Saúde. No caso do Sars-Cov-2 de uma forma jamais vista no mundo".

De acordo com Elias, "considerando tudo isso e além da concentração de esforços da comunidade científica de todo o mundo com desenvolvimento rápido e seguro de várias opções de vacinas e com o levantamento dos números de efetividade na população dessas vacinas mostrando impacto importante na redução de casos graves nos grupos já completamente imunizados, podemos garantir que todas as vacinas disponíveis são seguras e muito boas".

O profissional afirma que a base para essas afirmações são informações de fontes científicas e experiências em hospitais como o próprio Hospital e Maternidade Oase, em Timbó, onde no grupo de pessoas plenamente vacinadas, como os idosos e profissionais de Saúde, reduziu de forma drástica em 2021. "Se ainda há pessoas sendo internadas e variantes circulando é porque a velocidade de vacinação ainda caminha de forma lenta já que até hoje apenas em torno de 15,5% da população foi completamente imunizada".

O médico observar que "em países onde essa porcentagem está bem maior, como Israel, Estados Unidos e Uruguai, tem mostrado uma realidade muito promissora no retorno da normalidade. Claro que as vacinas, isoladamente, não irão debelar totalmente os casos de Covid-19. outras condutas serão necessariamente serem mantidas, porém de forma bem menos restritivas. Esse vírus não irá desaparecer, mas com a imunização em massa, poderemos conviver com ele de forma bem menos mórbida, assim como convivemos hoje com o vírus da gripe".

Elias destaca ainda que: "mesmo com relação às variantes circulando, o que será uma preocupação constante, as vacinas têm mostrado resposta pelo mundo e quanto mais pessoas vacinadas menos chance de surgimento de novas variantes".

Balanço positivo

Então, frisa o profissional "o balanço das vacinas é muito positivo e mesmo que alguns efeitos colaterais possam ocorrer, o chamado risco benefício é disparadamente a favor do benefício. Haja vista que até o dia de hoje em torno de 3,6 bilhões de pessoas foram vacinadas no mundo e, aqueles efeitos mais intensos o número é infinitamente menor. Com essas mais de 3 bilhões de doses de vacinas com toda certeza milhões de vidas já foram salvas. E se comparando com outras vacinas já existentes há muito mais tempo, como a da gripe, por exemplo, a chance de ocorrência de efeitos colaterais mais severos é praticamente a mesma já que nenhuma substância como vacinas ou medicamentos é isento de efeitos colaterais e, hoje em dia, para a aprovação dessas substâncias os testes são muitos rigorosos no quesito de segurança e, mesmo depois de aprovados se algum efeito maior ocorrer, devido à vigilância contínua que há, a substância é retirada rapidamente de circulação. Porém vacinar é o recurso que, isoladamente, irá mudar a história dessa pandemia. Um dado muito importante é buscar a vacinação completa, ou seja, receber as duas doses quando são indicadas, já que só assim a pessoa pode ser considerada protegida e, infelizmente, o número de pessoas que não procuram a segunda dose é preocupante no país".