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VALORIZAÇÃO

Cultura polonesa em destaque

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Potencializar a arte folclórica na cidade, qualificar os participantes, fortalecer a troca de experiências e conhecimentos, criando laços de parceria com outros grupos e estudiosos da cultura polonesa da região. Este é o objetivo da indaialense, Jaqueline Korc. ao desenvolver o projeto “La Polonaise”, financiado pelo Governo Federal por meio da Lei Complementar n° 195/2022 - Lei Paulo Gustavo.

Em entrevista ao Jornal do Médio Vale (JMV), Jaqueline Korc, uma indaialense de 26 anos, filha de Renata Voigt Korc e Maurício Korc, compartilha sua motivação: “sou indaialense e neta de poloneses. Desde pequena, vi meu avô, Nicodemus Korc, envolvido por seu amor e dedicação à cultura polonesa na comunidade da igreja de Santo Estanislau Kostka, situada no bairro Estrada das Areias. Assinante do jornal ‘Lud’ e ‘O Povo’, ele fazia tudo que estava ao seu alcance para manter uma ligação com sua etnia. Junto ao meu pai, Władysław Korc, ele foi um dos líderes e ex-professor do Tigerbach, em Benedito Novo, buscando preservar as orações e cantos religiosos, mesmo sendo pressionados e criticados na época. Hoje, os vejo como exemplos de persistência em um local onde a cultura germânica ainda predomina fortemente. Com o falecimento do meu avô, senti que todo o seu esforço para manter nossa cultura viva não poderia ter sido em vão. Por isso, trago no meu sangue uma missão a ser cumprida: resgatar e representar a cultura polonesa conforme os antigos povos que viviam nas aldeias da Polônia, terras de onde meus descendentes vieram”.


Segundo Jaqueline, sua história no folclore começou em 2021, quando foi aluna do Programa SensibilizArte, oferecido pela Fundação Indaialense de Cultura, que leva arte e cultura em diversas modalidades aos bairros do município de forma gratuita. No ano seguinte, surgiu a oportunidade de se tornar integrante do “CHŁOPI” Polski Zespól Folklorystyczny (Grupo Folclórico Polonês “CHŁOPI”), coletividade fundada em 15 de janeiro de 2022, na igreja de Santo Estanislau Kostka, junto à missa celebrada pelo padre João Bachmann. Jaqueline atua como coordenadora, dançarina e artesã de indumentárias folclóricas do grupo.

O nome dado ao grupo, “CHŁOPI” (que significa “Camponeses” em português), foi uma forma de homenagear os primeiros imigrantes que chegaram na Colônia de Sandweg (Caminho das Areias) e dedicaram-se à agricultura. Além disso, é um termo usado como título de uma das maiores obras literárias polonesas escritas por Władysław Reymont, retratando o comportamento, os costumes e a vida religiosa do povo local de forma autêntica. Os trajes utilizados pelo grupo são feitos de lã, com cores vibrantes, ricos em flores e bordados, representando tradições da região de Łowicz – o coração da Polônia.

Jaqueline explica que a ideia do projeto “La Polonaise” surgiu com o intuito de potencializar a arte folclórica na cidade, buscando qualificar os participantes, fortalecer a troca de experiências e conhecimentos, e criar laços de parceria com os demais coordenadores, dançarinos, apreciadores e estudiosos da cultura polonesa da região.

A Oficina Tradições e Folclore de Łowicz será realizada no dia 24 de fevereiro, das 8 às 12h e das 13h30min às 18h, na Fundação Indaialense de Cultura (FIC), e será ministrada pelo professor de História e Coreógrafo do Grupo Folclórico Polonês “CHŁOPI”, Jailsson Fabijaki. O objetivo é abordar aspectos gerais da Polônia, como seu povo, história, geopolítica, etnografia e manifestações culturais; trajes, danças, tradições e costumes de Łowicz; e os principais instrumentos musicais utilizados na composição das canções tradicionais. Este projeto também visa sensibilizar a comunidade em geral para prestigiar e apoiar os criadores de conteúdo artístico local, conscientizando-os da importância histórica e da riqueza cultural deixada pelos ascendentes poloneses, resgatando e mantendo seus ensinamentos vivos na comunidade.

Jaqueline destaca que os recursos serão aplicados no enriquecimento dos trajes folclóricos masculinos da categoria Adulta do Grupo Folclórico “CHŁOPI”. Os dançarinos terão novos chapéus e manguitos ainda mais coloridos, com detalhes florais em miçangas costurados à mão. Na categoria Infantojuvenil, os trajes antigos serão substituídos por novos, confeccionados por ela com base em estudos e pesquisas feitas no Atlas de trajes folclóricos chamado “Strój Ludowy”, onde estão descritos os moldes e escalas das roupas e adereços usados em Łowicz. Devido à falta de acesso a tecidos originais, que seguem um certo padrão de cores e listras, feitos de lã batida em máquina de tear, optou-se por tecidos mais leves encontrados com mais facilidade na região, tornando assim seu uso mais viável para suportar o clima local.
Em breve, as atividades de 2024 retornarão, prometendo ser repletas de novidades, dança, aprendizado e união entre os grupos folclóricos.

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