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Cenário de estiagem

  • LEVI LIESENBERG -

Casan informa que investimentos em Indaial têm ajudado no enfrentamento à baixa do rio Itajaí-Açú

INDAIAL - O período de estiagem que atinge o estado já foi caracterizado pela Associação de Meteorologistas de Santa Catarina como um fenômeno climático de seca, devido à extensão territorial que abrange o prolongamento de período, que teve início há exatamente um ano. A situação tem afetado todo o sul do país.

Na região do Vale do Itajaí, o déficit hídrico vem gerando uma preocupação visível. Em Indaial, no rio Itajaí-Açu, manancial responsável por abastecer dezenas de cidades, o local que antes era conhecido pelas cheias e enchentes, hoje enfrenta um cenário totalmente contrário. Em razão do nível baixo da água, as camadas de pedras estão mais evidentes e em muitos pontos é possível andar a pé.

A redação do JMV entrou em contato com a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan), empresa responsável pelo abastecimento em Indaial, Ascurra, Rodeio e Apiúna, para explicar como está a questão do abastecimento de água nestas cidades, devido à baixa do rio Itajaí-Açu.

De acordo com a empresa, no sistema de Indaial, abastecido pelo Itajaí-Açu, foram instaladas duas bombas flutuantes com vazão conjunta de 50 litros/segundo, o equivalente a 25% da captação habitual, possibilitando à agência local a regularidade do abastecimento no município.

No sistema integrado da região de Ascurra, Rodeio, Apiúna foram executadas limpezas no canal de captação, na margem do rio, com o auxílio de máquinas da Prefeitura de Apiúna. "O objetivo dessa operação é retirar o excesso de lodo e, assim, aumentar a lâmina de água que adentra ao poço de sucção. Devido ao baixo nível do rio, a barcaça de dragagem não consegue chegar ao local, por isso foram empregadas outras máquinas", explica a Casan sobre a situação.


Redução de consumo e investimentos

Diante desse cenário, a população regional, percebendo essa escassez hídrica nos mananciais, não apenas deve fazer o uso consciente de água tratada, mas também reduzir seu consumo habitual. "Somente com a colaboração de todos vamos atravessar esse período de seca e enfrentamento ao Coronavírus com o menor grau de transtornos", diz o diretor de Operação e Expansão da Casan, Fábio Krieger.

A Casan ainda destaca que o abastecimento na região só está sendo mantido, apesar do déficit hídrico, devido aos investimentos que vem sendo feitos nos últimos anos, como a instalação de novos reservatórios, a substituição de redes, o assentamento de adutoras e a substituição de equipamentos nas unidades de captação e tratamento.

No caso de Indaial, foi realizada a implantação de boosters em todas as regiões da cidade, ampliando a capacidade de bombeamento e beneficiando especialmente bairros mais altos ou pontas de rede, que costumam ser mais afetados em épocas de estiagem.

A cidade também colocou em operação, no fim do ano passado, um reservatório de aço vitrificado, importado, com capacidade de 2 milhões de litros, que permite à agência local distribuir melhor a água para todos os bairros.

"Indaial está recebendo nos últimos dois anos mais de R$ 6 milhões em sistemas de abastecimento", diz o chefe da agência local, Daniel Matthes.

Entre esses investimentos estão duas novas bombas de recalque de água tratada, dois novos sistemas de bombeamento (um no bairro Benedito e outro no Ribeirão das Pedras), duas novas adutoras na Avenida Brasil e uma ação intensiva para identificar vazamentos ocultos, que trouxe melhorias significativas na redução de perdas.

Os investimentos na cidade preveem ainda dois novos reservatórios nos bairros Benedito e Encano, cinco novos boosters com conjunto motobomba reserva e mais de 20 quilômetros de redes novas que serão assentadas sob o passeio, facilitando a manutenção.


Climática

No Vale do Itajaí, segundo informações da Epagri/Ciram, de janeiro a maio deste ano, havia uma previsão de 687 milímetros de chuva, mas somente houve o registro de 368, com um déficit, portanto, de 319 milímetros no período de cinco meses. A situação se agrava com o fato de que 273 milímetros dessa chuva toda do ano caiu em janeiro e fevereiro, ou seja, abrindo um vácuo de estiagem a partir de março.

Para este trimestre (junho, julho, agosto) as chuvas deverão ficar na média ou abaixo da média climatológica no estado. A chuva continua mal distribuída e irregular, sobretudo em julho e agosto, permanecendo a condição de eventos de chuva com valores mais elevados em localidades, e outras não, da mesma região

O mês de junho começou ontem com o tempo nublado e com períodos de chuva em algumas regiões. Já nesta terça-feira, dia 2, segundo a Epagri/Ciram, a nebulosidade seguirá variável, com tempo seco em praticamente todo o estado. Já as temperaturas, estarão mais baixas em todas as regiões.

Na quarta-feira, dia 3, o predomínio de sol entre nuvens será o cenário de praticamente todo o estado. No Litoral Norte, haverá condição de chuva, especialmente no início e fim do dia devido à circulação marítima. Entre quinta e sexta-feira, o tempo fica instável com chuva e trovoadas em Santa Catarina, em razão da formação e deslocamento de uma nova frente fria no sul do Brasil. Temperaturas seguem baixas devido à cobertura de nuvens.

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