Alimentação e emoções

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Divulgação Internet -
Profissional explica que alimentar-se vai além da função de nutrir
"Que a alimentação é essencial à vida todos sabemos, mas que a escolha do que comer está diretamente relacionada com alguns fatores como, por exemplo: estilo de vida, religião, status social, crenças, ansiedade, insatisfações, angústia, prazer isso pode ser novidade para algumas pessoas. Ela também pode ser utilizada como fonte de compensação ou punição, o que não é saudável". Com essas palavras a nutricionista, Jakeline D. Dietrich, inicia a entrevista à redação do JMV para falar sobre "alimentação e emoções".
Segundo Jakeline os alimentos e as emoções possuem uma forte ligação. "Comer seu prato favorito vai mais além do que apenas o prazer, seu consumo traz à mente imagens, sentimentos, lembranças e emoções. Lembre-se disso quando você ouvir que a alimentação vai mais além do que a função de nutrir".
A profissional observa que é comum ouvirmos de algumas pessoas que ingerem certos tipos de alimentos apenas quando estão com sentimentos negativos, que fazem isso na tentativa de mascará-los e em busca de um prazer imediato para compensá-los. "Nestas situações é comum o consumo de alimentos doces. Isso pode se tornar um problema quando a pessoa ao invés de resolver seus impasses, fica presa ao consumo desenfreado de alimentos e isso pode se tornar uma dependência. Quando há um desequilíbrio emocional e muitas vezes ele é acompanhado de desequilíbrio alimentar, é necessário procurar ajuda profissional para a alimentação voltar a ser consciente, sem culpa e prazerosa".
Jakeline afirma que: "precisamos saber diferenciar a fome emocional, da fome fisiológica. A primeira vem de repente, necessita ser saciada o quanto antes, requer um alimento específico e parece não terminar. Já a segunda se manifesta aos poucos e tranquilamente, não possui alimento em específico e acaba quando estamos saciados. Para ter bom resultado, um plano alimentar precisa considerar o indivíduo como um todo. Por isso, nós nutricionistas falamos muitas vezes que cada caso é um caso e que a alimentação é muito mais que nutrir".
Isolamento social e alimentação
Como lidar com a alimentação principalmente em tempos de isolamento social, questiona a nutricionista. Segundo ela, primeiramente a alimentação não deve ser tratada como um problema, e sim como um meio de aproximar as pessoas da sua casa. "As habilidades culinárias podem ser desenvolvidas, exercitadas e aprimoradas, de forma que uma pessoa ensine a outra. São momentos importantes que fortalecem laços entre pessoas que se amam. Portanto, divida as atividades que antecedem e sucedem o ato de comer, inclusive com as crianças, assim elas vêem como é feito".
Jakeline aconselha; "não abra mão de comer sempre em companhia de seus entes queridos e dê à alimentação o seu devido valor. Aproveite o momento das refeições para conversar e desfrutar do momento, deixando a televisão e celulares de lado. Essa prática ajuda também a não consumirmos alimentos demasiadamente, pois estamos com a atenção no ato de comer e o fazemos sem pressa".
De acordo com a profissional, ambientes sossegados e confortáveis auxiliam na atenção ao ato de comer e estimulam que a mastigação seja devagar, auxiliando na digestão dos alimentos e na saciedade. "Finalmente, sua alimentação precisa de rotina, portanto, faça suas refeições em horários semelhantes e evite beliscar alimentos no intervalo de uma refeição para outra, isso evita o consumo excessivo de alimentos. Esse ato de beliscar é fortemente influenciado quando temos visivelmente os alimentos disponíveis, especialmente quando a fonte de estímulo é alimentos ultraprocessados como guloseimas, salgadinhos, biscoitos recheados, dentre outros. A sugestão é não ter esses alimentos visíveis e, de preferência, nem comprá-los".
A nutricionista aconselha ainda: "aproveite o isolamento social e busque outras formas de sentir prazer, além da alimentação. Ler um livro, desenhar, pintar, fazer uma sessão de cinema com pipoca em casa, cantar, dançar, fazer exercício físico, enfim, use sua criatividade e não se esqueça de interagir com as pessoas de sua casa".
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