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Uma carreira olímpica

Ivan Mazieiro realizou o sonho de se tornar jogador profissional de handebol e hoje divide seus conhecimentos com futuros atletas

INDAIAL - A prática de um esporte pode ser um hobby para alguns e uma profissão para outros. O esporte é amor, superação, realização de sonhos. Mas só quem vive e sabe onde quer chegar pode sentir toda essa emoção. E é assim que começamos a contar a história do ex-atleta, professor, treinador e coordenador de projetos, Ivan Mazieiro, o popular Macarrão, que saiu da cidade de Joaçaba para alcançar seu maior objetivo: tornar-se um atleta profissional de handebol.

Tudo começou quando Macarrão participava de projetos esportivos de escolinhas que existiam na época nas cidades da região e em 1987, foi apresentado à modalidade handebol, pois segundo um professor, ele tinha mais aptidão para este esporte. "Foi aí que eu descobri que era isso que eu queria fazer", afirma Ivan.

A rotina dele era puxada: trabalhava pela manhã na Perdigão, à tarde fazia um curso de Eletricidade no SENAI, além de cursar o Ensino Médio. Porém, para conciliar as obrigações do dia a dia com os treinos, Macarrão teve que optar por treinar à noite, com a turma dos mais "velhos".

As primeiras participações em competições foram em 1987 e foi aí que o ex-atleta escolheu o que gostaria de se tornar. "Nesse ano, eu assisti um jogo entre o Brasil contra um outro país e foi aí que confirmei que era isso que eu queria", completa.

Em 1990, o jogador passou no vestibular para Educação Física, em Blumenau, onde formou-se e atuou como jogador de handebol por dois anos. Mais tarde, passou a atuar em um time da cidade de Chapecó. "Depois, consegui um emprego em Indaial como professor. Então fazia faculdade de manhã, dava aulas à tarde e na sexta-feira à tardinha ia para Chepecó e treinava no fim de semana", conta Mazieiro.


                                                               



E foi a partir daí, jogando em competições maiores que o Macarrão apareceu para grandes times e não deu outra, o treinador da seleção viu suas qualidades e o chamou para atuar junto à sua equipe, em 1991.

Esse ano ficou na memória de Mazieiro por ser o início de sua carreira representando o Brasil em competições internacionais, consagrando-se vice-campeão no Pan-Americano de Havana, Cuba. "Em meu primeiro jogo fiz 12 gols e eu tinha algumas qualidades que me ajudaram bastante e aquele dia eu vi que iria mais longe dentro do esporte", frisa.


                                                               

                                                                                    Seleção brasileira de handebol junto com o presidente Fidel Castro, nos jogos Pan-Americanos de

                                                                                    Havana, Cuba, em 1991


Ciclo olímpico

Foi nesse ciclo pré-olímpico que ele passou a ir para São Paulo treinar e participar de processos de seleção. Todo seu empenho e dedicação resultaram na convocação para as Olimpíadas, em 1992, que aconteceram na Espanha, na cidade de Barcelona. Essa também foi a primeira vez que um time de handebol da seleção brasileira atuou em uma Olimpíada.

Depois disso, Mazieiro continuou treinando ainda mais duro. Entre 1994 e 1995, continuou jogando por Chapecó e também por Balneário Camboriú, consagrando-se campeão brasileiro por Chapecó. Permanecia com seus trabalhos em Indaial, onde tinha uma escolinha, mas que por razões de mudanças de prefeitos, seu projeto foi cortado.

 Na época, em 1996, recebeu vários convites para jogar em São Paulo e mudou-se para lá. Atuou pela Universidade Metodista por 12 anos, como atleta, professor e coordenador de um projeto que envolvia mais de mil crianças. "Foi só neste ano que eu passei a ter acompanhamento psicológico, nutricional e fisioterápico, junto com meus treinos", salienta Macarrão".


                                                               


                                                                


Esse foi um período glorioso para o atleta, que foi convocado pela segunda vez para as Olimpíadas, que desta vez aconteceram em Atlanta, nos Estados Unidos, em 1998.

Já em 2000, Mazieiro estava com o ombro lesionado e ficou fora das Olimpíadas de Sydney, na Austrália.

Em 2004, participou como atleta, das Olimpíadas de Atenas, na Grécia. A participação da seleção ainda não era das melhores na modalidade, mas estava evoluindo. "Eu fui das gerações que foi apanhando no handebol. Hoje já estamos bem melhores", comenta Mazieiro.

"Fui subindo junto com a seleção e fui trabalhando como técnico das seleções de base. E em 2011, foi o primeiro mundial juvenil sob minha supervisão", conta o ex-atleta, que ainda continua atuando junto à seleção brasileira como formador de atletas.

Em 2008, ele casou-se e um ano depois teve sua primeira filha. "A partir daí, aos poucos fui desacelerando com os treinos e ainda atuava como técnico das categorias juvenis da Universidade Metodista".

Em 2010, a triste notícia que sua mulher estava com câncer, fez com que o atleta se dedicasse a cuidar da família. Infelizmente, anos mais tarde, sua esposa veio a falecer e Mazieiro resolveu voltar a Indaial, onde seus familiares residiam, em 2013. Nesse período, iniciou uma escolinha em Blumenau e um pouco depois retomou as atividades do projeto Vale do Handebol.


Vale do Handebol e Projeto Sementes

O projeto Vale do Handebol, que oportuniza a crianças e jovens a aprender e aperfeiçoar uma modalidade esportiva. Foi implantado em 2007 no município de Indaial e possuía abrangência em toda a região do Médio Vale, com participação de mais de mil integrantes. "Em 2010, com a falta de incentivos das prefeituras, começaram a colocar o esporte em segundo plano e o projeto foi encerrado", lamenta Mazieiro.

Em 2017, o ex-atleta que já residia em Indaial, começou a reativar esse projeto, que iniciou com cerca de 250 crianças e hoje, já passam de 600. A ideia é de que as escolinhas antigas na região também sejam reativadas.

 "Utilizamos o handebol como projeto piloto para outras modalidades e fiquei responsável por coordenar o Projeto Sementes, aonde mais de 3.200 crianças vem sendo atendidas praticando diversas modalidades esportivas e onde venho colocando minhas experiências e auxiliando a todos", diz o coordenador sobre o projeto Sementes.

Macarrão ainda destaca que para esse projeto ser completo, é preciso de suporte nas áreas de nutrição, psicologia e fisioterapia. "Estou indo em busca de parcerias para incluir essas áreas junto às modalidades".

O esporte não tem o objetivo só de lazer, mas também é um meio de tirar crianças e jovens das ruas e prevenir que embarquem no mundo das drogas e da criminalidade. "Dentro do esporte podemos prevenir as coisas ruins, e junto com o Conselho Tutelar, consigo direcionar o esporte para os bairros que possuem mais problemas. E sempre procurando aumentar a qualidade de vida do maior número possível de crianças", finaliza.


                                                                





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