Uma vida de superação

-
Divulgação Havan -
Jussara Bernardo é exemplo de uma mulher que apesar das dificuldades do dia a dia, sempre está em busca da realização dos seus sonhos
INDAIAL - Ser mulher é ter força e determinação para superar qualquer dificuldade que aparece. Ser mulher é se reinventar a cada dia e ultrapassar seus próprios limites para buscar seu lugar ao sol. Ser mulher é ter o poder de transformar o mundo.
Com essa frase é que iniciamos nossa homenagem ao Dia da Mulher, que é comemorado no dia 8 de março. Nossa redação buscou contar a história de uma guerreira, para inspirar outras mulheres a jamais desistirem de serem felizes.
Jussara Bernardes, 37 anos, é nossa personagem principal, que apesar de ter que lidar com a síndrome de Down, jamais deixou que isso fosse um impedimento para correr atrás dos seus sonhos.
A síndrome de Down, chamada de trissomia 21, é uma condição genética que leva a características físicas singulares e propensão a algumas doenças. Ela é causada por um cromossomo extra no par 21.
A irmã da Jussara, Tania Regina Bernardo da Veiga, sempre esteve presente em todos os momentos da vida da Ju, (forma carinhosa que a irmã a chama) principalmente depois da morte do pai, em 2009, e da mãe, em 2016. Foi a partir daí que a Jussara foi morar com a família da irmã. "Ter a Jussara morando com a gente foi um presente. Foi o melhor presente que minha mãe me deixou", diz Tania, expressando muita afeição.
Ju é uma mulher que faz mil e uma atividades, não gosta de estar parada. Ela participa da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e lá ela e outro rapaz são os representantes da entidade quando é preciso ir para outras cidades fazer alguma atividade. Além disso, ela também pratica esportes e viaja junto com a instituição para participar de algumas atividades como corrida e ping pong. "A Ju está sempre metida nessas coisas, e ela sempre quer mostrar que consegue fazer a atividade, mesmo que às vezes tenha dificuldades", destaca a irmã.
Mas as atividades esportivas não param por aí, natação, academia e ciclismo também são outros hobbies dela. Porém, quando se trata de dança, ela fica muito animada. "Eu amo muito dançar e participo sempre junto com uma tia nas tardes dançantes com o pessoal da terceira idade e faço aula de ritmos também", conta Jussara.
Também, já foi vereadora do Parlamento Jovem, e foi na gestão dela que foi aprovada a Lei do Agosto Laranja.
Vaidade e concursos de beleza
A Ju é muito vaidosa. Sempre produzida, arrumada, pronta para tirar uma foto. Tania conta que a irmã não pode ver uma câmera que já está fazendo pose.
Ela também já participou de concurso de beleza, onde já ganhou dois títulos: Miss Mercosul Inclusão Social e Miss Indaial Inclusão Social. Mas Jussara confessa que tem um sonho maior e ela está em busca disso. "O meu maior sonho é aparecer em revistas e fazer trabalhos como modelo", afirma.
Participação em comercial
Tania nos conta que quando a Havan inaugurou a filial na cidade de Indaial, ela levou a Jussara junto e quando ela viu na frente da loja diversos outdoors de pessoas felizes, a irmã já ficou admirada e disse que gostaria de também ter uma foto sua estampando à frente da loja.
"Como a Ju sempre teve o sonho de aparecer em revista e ser modelo, eu tentei correr atrás para achar uma maneira de contar a história dela. Foi então que mandei uma cartinha e liguei para loja, falei com uma moça que ficou emocionada com a trajetória dela e que chamaria quando surgisse algo", explica a irmã.
Não deu outra, depois de um mês e meio a Ju foi chamada para participar de um comercial da loja em São Paulo. "No dia estava chovendo, mas ela estava ali, sempre disposta e aquilo era o sonho dela", fala Tania.
"Ela é uma menina muito espontânea, muito contente, feliz em tudo o que faz, é dedicada. Me orgulho muito e eu vou estar sempre do lado dela. Hoje o que eu puder ajudar, lutando para ver ela feliz, eu vou fazer", finaliza Tania emocionada.
Foto: Divulgação Havan
Dificuldade e preconceito
Segundo a irmã, a única dificuldade que ela percebe na Ju é na questão da fala, mas o restante, ela consegue se virar muito bem.
Tania conta que quando a Ju era menor, e frequentava a escola regular, havia muito preconceito na época e as outras crianças muitas vezes não a aceitavam, o que a deixava triste e chateada sempre que voltava da aula. Isso acabou sendo um percalço no meio do caminho para a família que deixou a menina apenas na APAE, local onde ela aprendeu a ler, escrever e que agregou muito no seu crescimento pessoal.
Hoje, a irmã já percebe que há uma inclusão social muito maior de pessoas com síndrome de Down na sociedade. "As pessoas aceitam mais e quando veem uma pessoa especial, não é mais aquela coisa de ficar olhando de forma preconceituosa", enfatiza.
"Às vezes a gente se pega reclamando de algumas coisas e olha para ela e percebe que ela está ali, feliz. Então todo dia aprendemos uma coisa nova com a Ju", completa a irmã.
Jussara e sua irmã Tania
Deixe seu comentário