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Sala de estimulação sensorial oferece recursos para alunos da Apae vencerem barreiras

INDAIAL - A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Indaial dispõe de um espaço destinado à estimulação sensorial de crianças e adolescentes que tem alcançado bons resultados. Quem explica a importância e o objetivo da "sala" é a terapeuta ocupacional Juliana Silva Ramos.

Há mais de quatro anos atuando na Apae, Juliana ressalta que o objetivo principal do espaço é utilizar os recursos sensoriais, que vão desde equipamentos suspensos até skates, rampas de equilíbrio, almofadas texturizadas e vibratórias, recursos táteis, auditivos, enfim, recursos que estimulem todos os sentidos, para auxiliar a criança que têm dificuldade em processar e regular as informações sensoriais de forma a produzir uma resposta chamada de adaptativa.

Para compreender melhor o papel fundamental desta sala, é importante saber que os alunos que mais utilizam o espaço com essa finalidade são que possuem o Transtorno do Espectro Autista. "É muito comum que o autismo esteja associado ao transtorno de processamento sensorial, ou seja, a dificuldade de absorver informações do ambiente, processar e então elaborar uma resposta que seja adaptativa àquilo que ele captou".

Para estimular estas respostas, a terapia desenvolvida consiste em deixar que o aluno explore o próprio corpo e o espaço da sala da maneira mais ativa o possível, sempre com a intermediação da terapeuta, "para que a gente consiga fazer com que todos esses sistemas juntos funcionem de uma forma mais harmônica".

Conquistas

A terapeuta ressalta que a mudança observada na evolução dos alunos após a estruturação da sala é grande. O espaço é utilizado também por aqueles que necessitam de estimulação sensório motora, como alguns portadores de Síndrome de Down e paralisia cerebral.

De acordo com Juliana os resultados alcançados dependem dos objetivos que pautam a aula em si. "Há dias em que a criança está muito agitada e então nós trabalhamos para conseguir "organizar" ela para que consiga participar das demais atividades. Neste caso os resultados são imediatos". Já as conquistas em longo prazo trazem emoção à voz de Juliana. "Para muitas pessoas essa desorganização sensorial apresentada pelos autistas pode parecer birra. Por esse motivo os pais muitas vezes deixam de frequentar locais e eventos. Mas quando você, através da orientação à família e às terapias aplicadas, consegue fazer com que a criança consiga lidar com situações que antes não conseguia, e mais, conseguir fazer com que a família toda esteja mais inserida nesse contexto social, é extremamente gratificante. Sequer tenho palavras para descrever".

A Sala

Inaugurada no fim do ano de 2017, a sala sensorial começou a ser montada ainda no início daquele ano com a ajuda de doações de empresas da cidade. Graças a este trabalho, os alunos da Apae possuem atualmente um ambiente com riqueza de estímulos e recursos de exploração muito grande. Para alguns, o trabalho desenvolvido pode parecer singelo, mas é importante ressaltar que é através do modo como vemos, escutamos, nos movemos e sentimos os sabores e odores que aprendemos. Quando alguém não consegue absorver e processar estas informações, têm sua capacidade de interagir extremamente prejudicada.

Além de Juliana, a Apae de Indaial conta com a terapeuta ocupacional Roseane Hatano de Oliveira. A sala sensorial atende a oito alunos autistas e outros sete que desenvolve trabalhos com finalidade sensório motora.


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