No Verão e em épocas de maior volume de chuva, os animais peçonhentos (aranhas e escorpiões) começam a aparecer em residências e em locais que jamais poderíamos imaginar. Por esse motivo o risco de uma pessoa ser picada tende a aumentar.

Segundo o chefe de socorro do Corpo de Bombeiros Militar de Timbó, Cb Bm Dos Anjos, os animais considerados peçonhentos são aqueles que possuem um aparelho inoculador de veneno (como dentes ocos, aguilhões e ferrões). "Porém, também é necessário ter cuidado com os animais venenosos, que embora não possuem o aparelho para inocular o veneno ainda assim podem causar acidentes", destaca.

Na região do Médio Vale, o maior número de incidentes e aparecimento destes tipos de animais ocorre entre novembro e março. As serpentes são mais ativas nos períodos de maior temperatura e chuvosos. Já nos períodos mais frios e secos esses animais apresentam pouca movimentação e uma queda no seu metabolismo, passando a maior parte do seu tempo em abrigos, isso pode estar relacionado à baixa umidade e menor disponibilidade de presas.

Além disso, o aumento das atividades rurais nesse período também são fatores que tendem a aumentar a ocorrência de picada. Na nossa região, são frequentemente encontradas as serpentes, principalmente as jararacas e a coral, aranha marrom e aranha armadeira, escorpiões e lagartas.

Segundo dados registrados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), de janeiro a agosto de 2021 foram registrados 461 casos de ataques por animais peçonhentos no Vale do Itajaí.

Em Timbó, o Cb Bm Dos Anjos relata que não há dados preciso do último ano, mas que já foi registrado o aparecimento de algumas serpentes em ambientes domésticos nesse ano, porém sem casos de picadas. "Nestes seis anos que estou trabalhando em Timbó, não atendi nenhum incidente com animais peçonhentos, apenas aparições destes animais no ambiente doméstico, fui chamado para capturar e levar ao seu habitat natural", completa.

Cuidados

Sobre os cuidados que população deve ter ao encontrar esse tipo de animal, o chefe de socorro menciona que estes animais atacam geralmente quando se sentem ameaçados, portanto, o mais importante é manter a distância. "Evitar colocar as mãos em buracos escuros, ao arrastar móveis tomar devido cuidado para não ser surpreendido, ao vestir roupas e sapatos sempre checar se não há algum destes animais (principalmente a aranha marrom)", ressalta.

Procedimentos em caso de ataque:

 - No caso de acidentes causados por animais peçonhentos ligue rapidamente para o Centro de Informações Toxicológicas - CIATox - 0800 643 5252 para saber o qual hospital a vítima deve ser levada. O Corpo de Bombeiros através do 193 pode auxiliar.

- Lave o local da picada com água e sabão.

- Mantenha a vítima calma para que o veneno não espalhe mais rápido. Deite-a deixando ela o mais confortável possível.

- Tente tirar uma foto do animal ou memorizar como ele era. Desta forma, quando estiver no hospital, será possível identificar o antiofídico adequado.

- Mantenha, se possível, a região picada erguida.

Evite

- Não dê qualquer medicamento à vítima.

- Não faça sucção do veneno, isso é mito.

- Não faça torniquete ou garrote.

- Não corte o local da picada.

- Não coloque folhas, pó de café ou outros contaminantes na ferida.

- Não ofereça bebidas alcoólicas à vítima.