A radiação ultravioleta é a maior responsável pelo câncer de pele e por isso o uso de produtos de fotoproteção são indispensável

INDAIAL - O calor intenso que vem sendo registrado em a toda região do Médio Vale, com termômetros marcando mais de 40°C, intensifica um alerta sobre os cuidados que devemos ter com a nossa pele afim de evitar queimaduras de sol e prevenir doenças futuras, como o câncer de pele.

De acordo com o médico dermatologista, Dr. Rafael Reinert, que atua na Clínica Visare na cidade de Indaial, a cada vez que a pele é exposta ao sol, os danos causados se acumulam durante toda a vida. "Danos causados na adolescência se manifestarão com o envelhecimento, predispondo a riscos como o câncer de pele. A ação do sol na pele também pode degradar o colágeno e, juntamente com a perda das fibras elásticas, resultar em uma pele de aparência amarelada e ressecada", explica.

Além disso, o sol é ainda responsável por agravar certas doenças ou por causar danos esporádicos como as queimaduras solares, insolação, herpes labial e o lúpus eritematoso (doença inflamatória de origem autoimune que pode afetar múltiplos órgãos e tecidos, tais como pele, articulações, rins, cérebro e outros órgãos).

Câncer de pele

O câncer de pele responde por 33% de todos os diagnósticos desta doença no Brasil, sendo que o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra, a cada ano, cerca de 180 mil novos casos. O tipo mais comum, o câncer de pele não melanoma, tem letalidade baixa, porém, os números de ocorrências são altos.

A radiação ultravioleta é a maior responsável pelo câncer de pele, porém a incidência não se dá apenas através do sol. "Essa radiação é o principal fator ambiental associado ao melanoma, mas também está comprovado um aumento de risco em pessoas que utilizam câmaras de bronzeamento artificial (proibidas pela Anvisa)", destaca Reinert.

Características físicas como pele clara, cabelo loiro ou ruivo, olhos verdes ou azuis, tendência a sardas e pele que queima facilmente ao sol estão relacionadas ao aumento de risco para melanomas. Pessoas que trabalham várias horas desprotegidas também fazem parte da parcela mais propensa à neoplasia.

O dermatologista também dá ênfase aos casos na família, que também são fatores determinantes para o diagnóstico e merecem atenção especial. "A história familiar de melanoma está presente em 10% dos casos e representa uma suscetibilidade genética à doença".

Proteção solar

O Dr. Reinert explica quais os diferentes tipos de protetores solares e como agem contra os raios solares."Os protetores solares físicos, depositam-se na camada mais superficial da pele, refletindo as radiações incidentes. Já os protetores solares químicos, funcionam como uma espécie de esponja dos raios ultravioletas, transformando- -os em calor ".

Um bom fotoprotetor deve ter uma boa absorção dos raios UVA e UVB, não irritar a pele, ter certa resistência à água e não manchar a roupa.

Existem diferentes níveis de fator de proteção e indicações específicas para cada pele: FPS entre 6 e 15 - pele negra, que raramente se queima ou bronzeia muito; FPS entre 20 e 30 - pele morena, que se queima e se bronzeia; FPS entre 30 e 60 - pele branca e muito branca, que se queima e fica vermelha, nunca bronzeada.

Já quanto aos bronzeadores, Reinert destaca que geralmente os produtos disponíveis no mercado não oferecem fotoproteção adequada, mas podem ser utilizados desde que aprovados pela Anvisa.

Dicas para realização do autoexame de pele:

O que procurar?

- Manchas pruriginosas (que coçam), descamativas ou que sangram

- Sinais ou pintas que mudam de tamanho, forma ou cor

- Feridas que não cicatrizam em quatro semanas

ABCD da transformação de uma pinta em melanoma:

- Assimetria: uma metade diferente da outra

- Bordas irregulares: contorno mal definido

- Cor variável: várias cores numa mesma lesão

- Diâmetro: maior que 6 mm

Foto: Reprodução