Quer ser um doador? Avise seus familiares!

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Janaina Possamai -
INDAIAL - A perda de um familiar é um momento de intensas emoções e dúvidas. Sobretudo quando esta partida ocorre devido a um quadro clínico determinado como morte cerebral (perda irreversível e total da atividade neurológica do cérebro e do tronco cerebral), ocasião em que as famílias têm uma importante decisão a tomar - doar ou não os órgãos do ente querido que acabou de partir.
Para que esta decisão seja tomada com a maior agilidade e certeza possíveis, uma atitude se torna necessária. "A pessoa, em vida, precisa informar que é doadora. Ou seja, ela precisa deixar este desejo claro para seus familiares", orienta a nefrologista Keila Rejane Macedo.
Segundo ela, a dúvida é o principal empecilho para que muitas doações se concretizem, tanto a respeito do desejo do familiar, quanto em relação ao diagnóstico. "Ainda existe o pensamento de que a morte cerebral é reversível, mas não, ela é irreversível".
A longa espera
A médica convive diariamente com pacientes que aguardam ansiosamente por um transplante. Integrante do corpo clínico da Associação Renal Vida, conta que este é o assunto mais falado entre os pacientes. Dezenove deles estão na lista de espera para o transplante, muitos outros encaminharam os exames para poder entrar nela e há ainda os que, por alguma questão médica, não podem transplantar.
Segundo o promotor Social da Associação Renal Vida, Eder Ascari, desde 2010, 81 pacientes da Renal Vida de Timbó - que atende a várias cidades da região incluindo Indaial - realizaram transplantes. "Um dado interessante é que no ano passado tivemos um transplante por mês. Somente neste ano já foram realizados 16 transplantes".
O Dia Mundial da Doação de Órgãos é lembrado em 27 de setembro. A data motivou uma campanha mais assídua em favor da causa em todo o mundo. A Renal Vida foi uma das entidades que apoiou a causa, porém, Keila destaca que este é um tema a ser discutido todos os dias.
Referência Mundial
O Brasil é o segundo país que mais realiza transplantes no mundo, tornando-se referência por possuir o maior sistema público de transplantes - financiado pelo SUS. Dentro deste quadro, Santa Catarina desponta como a grande referência nacional, pois, atualmente, 65% das famílias catarinenses apoiam a doação. Este número pode crescer ainda mais, permitindo que muitas pessoas alcancem uma melhor qualidade de vida. Quer ser um doador? Então diga isto claramente a seus familiares.
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