Neoplasia em cães nem sempre é câncer

"Receber um diagnóstico de neoplasia em cães assusta qualquer tutor. Afinal, automaticamente ligamos essa palavra ao câncer, mas nem sempre é disso que estamos falando". As colocações são do médico veterinário, doutor James Davi Dalke, que atua em uma clínica veterinária de Timbó.
Segundo o profissional "antes de entender a diferença entre esses três termos, é importante saber o que é neoplasia em cães. Trata-se de um aumento de volume causado por uma proliferação desordenada de células. Isso pode ocorrer em qualquer órgão e, por isso, é possível que o pet seja diagnosticado".
Dalke explica que "todos os órgãos podem ser acometidos por neoplasia em cães. Algumas vezes, elas são malignas, como é o caso, por exemplo, do mastocitoma. Em outros, são benignas, como é o caso do lipoma. Por isso, é importante conhecer as diferentes entre eles".
De acordo com o médico veterinário "qualquer peludinho pode ser diagnosticado com uma neoplasia maligna ou benigna. No entanto, os animais idosos costumam ser mais acometidos. Além disso, cada tipo de neoplasia é mais comumente diagnosticado em um grupo de pets".
O câncer de mama, por exemplo, é mais comum em fêmeas não castradas. Já o câncer de células escamosas (de pele) é mais frequente em animais de pele e pelos claros, que são expostos ao sol de forma constante. Entretanto, animais de qualquer raça, cor, tamanho ou sexo podem ser acometidos por essa doença. "Sinais como emagrecimento, apatia, vômito, diarreia, dificuldade para engolir, dificuldade para respirar, entre outros".
Por isso, observa Dalke "para fazer o diagnóstico, o médico-veterinário fará o exame físico completo e poderá solicitar exames. Em alguns casos, a biópsia aspirativa (coleta de material do tumor usando uma seringa) é o método escolhido. Em outros, a ultrassonografia e radiografia ajudam a avaliar alterações em órgãos internos. Além disso, é possível que o profissional solicite exame de sangue para avaliar a saúde do animal como um todo".
Por que as neoplasias aparecem?
De acordo com o profissional "é a pergunta que não quer calar. Exatamente como isso acontece, ainda não se sabe. Mas sabe-se que está ligado a mutações genéticas, que fazem com que as células fiquem diferentes das que lhes deram origem, e se multipliquem em excesso".
O médico veterinário destaca que "as mutações podem ocorrer por uma simples predisposição genética, o que explica o fato de que cães de algumas raças são mais predipostos ao câncer do que outros - os boxers, por exemplo, são famosos por terem mastocitomas (um tipo de câncer). Inflamações crônicas, bem como algumas infecções bacterianas ou virais, também podem levar à formação de tumores. Por fim, fatores externos, como a exposição ao sol, à fumaça de cigarro, à radiação, alguns produtos químicos, e até mesmo a alimentação inadequada, também podem causar ou aumentar a probabilidade do surgimento de tumores".
Tratamento de neoplasia em cães
De acordo com Dalke "quando benigna, a neoplasia em cães pode ser removida por meio de cirurgia ou acompanhada, para que a avaliação do crescimento seja feita. Em muitos casos, como acontece, por exemplo, com o lipoma, o tumor fica pequeno e não incomoda. Por isso, acaba não sendo necessária a remoção cirúrgica".
No entanto, observa o profissional "no caso do câncer, a cirurgia costuma ser o tratamento de escolha. O mais adequado é que ela seja realizada no início da doença. Isso ajuda a evitar metástase, e aumenta as chances de cura. Há ainda outras opções, como quimioterapia, criocirurgia, eletroquimioterapia e radioterapia. Tudo dependerá do tipo de neoplasia em cães e da avaliação veterinária. Ainda tem dúvidas? Entre em contato com a clínica veterinária de sua confiança para maiores esclarecimentos".
Deixe seu comentário