Mortes por afogamento aumentam o alerta

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Foto: Lara Ferreira/JMV -
As altas temperaturas são um convite para que as pessoas busquem se refrescar em praias, piscinas, lagoas e cachoeiras. No entanto, um detalhe que merece atenção é o aumento no número de mortes por afogamento nas primeiras semanas da temporada de Verão.
Dados divulgados pelo Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBM-SC) mostram que a temporada de Verão já contabilizou 30 mortes por afogamento. Esse número representa um aumento de 20% em relação à temporada passada, na qual 25 pessoas perderam a vida. Entre essas mortes, 11 ocorreram em água salgada, 11 em água doce e oito em áreas privativas.
Conforme o relatório divulgado, a média de idade das vítimas é de 29 anos. Neste mesmo período, os socorristas conseguiram salvar 1.097 pessoas.
Os dados são preocupantes, visto que em menos de um mês desde o início da Operação Veraneio, as ocorrências de mortes já superaram as registradas em toda a temporada anterior. A Operação Veraneio seguirá até o dia 18 de fevereiro.
Devido aos riscos associados às altas temperaturas, a equipe da redação do Jornal do Médio Vale (JMV) procurou o cabo Mauricio Jacobi Revelant e o soldado Roger Faraco da Silva com o objetivo de informar os leitores sobre os perigos não apenas no mar, mas também nas belezas naturais do município de Timbó.
A entrevista ocorreu no Pavilhão Henry Paul, um local bastante frequentado para prática esportiva, mas que também é cortado pelo rio Benedito, representando um grande perigo. Os Bombeiros têm recebido várias denúncias de pessoas que se aventuram no rio em busca de refrescância.
Entrevista:
JMV: Nadar no rio Benedito no Parque Henry Paul é seguro?
Cabo Jacobi: Primeiramente, todo local aquático apresenta riscos, mas devemos prevenir esses riscos, essa é a melhor maneira. Nadar no rio Benedito sem acompanhamento, sem os equipamentos de segurança, sem a supervisão de um adulto, não é seguro. Ao contrário do mar, onde há várias pessoas de olho, aqui é um local mais isolado, sem socorro técnico imediato.
JMV: Qual é a profundidade do rio?
Cabo Jacobi: Varia, mas pode chegar a sete a oito metros e, em alguns locais, a profundidade pode ser ainda maior.
JMV: Vocês já receberam denúncias de pessoas nadando nesse local?
Cabo Jacobi: Sim. Pessoas ligam avisando sobre embarcações e banhistas, embora não tenhamos o poder de proibir, cabe aos Bombeiros orientar. Procuramos enfatizar o uso de coletes e orientar sobre o que fazer em caso de afogamento, como lançar um objeto flutuante, como um galho ou uma corda.
JMV: No local em que estamos fazendo essa matéria, há uma placa indicativa do risco de morte.
Cabo Jacobi: As placas foram instaladas há alguns anos em todos os locais com algum tipo de risco, como parques e cachoeiras.
JMV: Os adultos são mais teimosos que as crianças ou adolescentes?
Soldado Silva: Como coordenador do Projeto Golfinho em Timbó, que tem como objetivo orientar as crianças sobre os riscos de afogamento, observamos que os adultos são sim mais teimosos que as crianças. Explicamos às crianças que ter um adulto por perto em ambientes aquáticos é fundamental. Com base em cálculos da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático - Sobrasa, em 2020, a principal causa de morte em crianças de um a nove anos foi o afogamento.
JMV: O que é mais perigoso, cachoeiras ou parques aquáticos?
Soldado Silva: Ambos apresentam riscos, mas nos parques aquáticos há salva-vidas monitorando constantemente, placas indicativas de profundidade e boias, tornando o ambiente mais controlado. Por isso, é crucial que as crianças estejam sempre próximas dos salva-vidas. Já em cachoeiras, existem mais variáveis desconhecidas, como a profundidade desconhecida, a falta de boias, mas há outros objetos flutuantes que podem auxiliar em um resgate.
JMV: A Operação Veraneio está ocorrendo nas barragens em Rio dos Cedros, e há uma fiscalização ativa pelos Bombeiros?
Cabo Jacobi: Realizamos diariamente entre 30 a 50 ações preventivas, abordando pessoas, distribuindo panfletos e orientando o uso de coletes. Não temos o poder de fiscalizar, apenas orientar, mas as pessoas nos respeitam. No estado de Santa Catarina, onde o CBMSC atua, realizamos mais de 1.000 salvamentos este ano, um número considerável, visto que muitos desses casos poderiam resultar em óbito. O número oficial de mortes por afogamento também diminuiu em relação ao ano passado.
Portanto, o JMV destaca esse alerta durante o Verão: o risco de afogamento existe, mas ao usar áreas aquáticas com responsabilidade, a diversão se torna mais segura. É importante lembrar que ingerir bebidas alcoólicas antes de entrar em uma piscina, mar ou rio aumenta consideravelmente o risco de acidentes. Aproveite as belezas naturais da região com responsabilidade.
A entrevista completa com Cabo Jacobi e o Soldado Silva está disponível no YouTube do Jornal do Médio Vale.
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