Impactos econômicos

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Devido ao descredenciamento da Vila Germânia do comércio Árabe, empresa dará férias coletivas a 200 funcionários
INDAIAL - A Arábia Saudita anunciou no fim do mês de janeiro que iria suspender a importação de algumas empresas brasileiras exportadoras de aves. Uma dessas empresas foi a Vila Germânia Alimentos, da cidade de Indaial, que está tomando medidas de contingenciamento de volumes de produção e dará férias coletivas para cerca de 200 funcionários no mês de março.
A Vila Germânia é considerada a quinta maior exportadora de pato do mundo, a maior exportadora da ave na América Latina, e segunda exportadora de Indaial, segundo o diretor de operações da empresa, Marcondes Moser, em entrevista para a Nova FM.
Além disso, a empresa tem na Arábia Saudita um dos seus principais mercados, responsável por 20% do volume total de produção e 30% das vendas externas.
Moser ressalta que a questão do volume de exportação, inspeção sanitária e que algumas das empresas credenciadas não estarem enviando produtos ao país, foram as principais razões para a suspenção da importação de produtos pelos sauditas. "Entendemos que a autoridade sanitária da Arábia Saudita acabou fazendo esse descredenciamento de forma equivocada, principalmente porque ela pontuou toda a quantidade de aves importadas do Brasil para o país, abrangendo aves como um todo, não separando especificamente o que é frango, pato ou peru", explica Moser.
O diretor ainda pontua que a Vila Germânia tem volume de exportação de mais de 1.200 toneladas de carne de pato só para a Arábia Saudita e que a questão sanitária está dentro dos padrões exigidos. "No fim do ano passado, foi enviada ao Brasil uma comitiva técnica e sanitária para fazer uma vistoria em alguns abatedouros. Os abatedouros são selecionados com base em um sorteio, coordenado pelo Ministério da Agricultura e nós não fomos sorteados", complementa.
As parcerias com agricultores e ruralistas do município e região também podem ser afetadas se o descredenciamento persistir, e isso também é uma das preocupações de Moser. "Acabamos desenvolvendo todos estes parceiros e de forma nenhuma queremos reduzí-los".
A Villa Germânia está se movimentando para tentar reverter a situação e minimizar os prejuízos. Os governos municipal e estadual já estão a par da situação, bem como o Ministério da Agricultura, Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Secretaria de Estado da Agricultura, consulados do Brasil e Arábia Saudita e outros empresários do segmento.
Segundo o diretor Moser, Arábia Saudita não produz pato, e isso não seria um fator para suspenção das importações. Ressaltando que os sauditas possuem produção interna de frango. Em janeiro, eram 111 empresas credenciadas para exportação de aves do Brasil, hoje apenas 25 estão comercializando para o mercado saudita, conforme enfatiza Moser.
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