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Febre amarela exige cautela

  • Agência Brasil -

Vigilância epidemiológica e biólogas do projeto bugio falam sobre o trabalho realizado em Indaial

INDAIAL - O registro de casos suspeitos e confirmados de febre amarela no estado têm alarmado a população nos últimos dias. Ao todo, foram contabilizados sete casos, com uma morte pela doença confirmada na cidade de Gaspar e outra suspeita em Lageado Grande. No entanto, todos os pacientes tiveram deslocamento para áreas com transmissão da doença fora de Santa Catarina.

Segundo a enfermeira e Coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Indaial, Sabrina de Vargas Souza, Indaial não registrou nenhum caso suspeito da doença. Portanto, a secretaria pede cautela da população. "Há poucas vacinas e seria adequado vacinar realmente quem irá viajar para as áreas endêmicas".

Sabrina explica que a vacina é a forma mais eficaz de prevenção. Mas que o uso de repelentes também ajuda a prevenir a picada de mosquitos. Além disso, reforça a necessidade de cuidados contínuos para evitar a água parada, como pneus com acúmulo de água e lixos espalhados.

A coordenadora ressalta que as pessoas que precisarem viajar para áreas endêmicas, ou seja, que possuem risco de transmissão da doença, devem receber a vacina no mínimo 10 dias de antecedência.

Os macacos e a febre amarela

De acordo com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), os macacos não transmitem a febre amarela para o homem. Eles são os primeiros a adoecer, por isso, nos alertam do perigo. A bióloga e técnica em Manejo de Animais do Centro de Pesquisas Biológicas de Indaial - Projeto Bugio, Aline Naissa Dada, explica que por morrerem poucos dias após contraírem a febre amarela, os primatas não participam do ciclo de transmissão. A transmissão é feita pela picada do mosquito.

A também bióloga do Projeto Bugio, Amanda Rezende Peruchi, explica ainda que os bugios são primatas ameaçados de extinção e os mais atingidos, porém, outras espécies também são afetadas como macaco-prego, macaco-aranha, macaco-da-noite, sagui, entre outros.

O Projeto Bugio trabalha fazendo a vigilância da febre amarela na região, realizando a necropsia de todas as carcaças encontradas de bugio-ruivo. Aline explica que se as pessoas encontrarem carcaças de primatas, macacos doentes ou mortos, devem entrar em contato com Vigilância Epidemiológica do município ou com o Projeto Bugio em Indaial (Tel: 3333-3878). O Projeto é responsável pela necropsia, já a coleta de amostras para verificação da presença do vírus da febre amarela fica a cargo da Vigilância Epidemiológica.

A bióloga esclarece também que até o momento, nenhum das amostras coletadas indicou a presença do vírus e que o número de carcaças encontradas segue o mesmo padrão dos anos anteriores para a época.

Morte em Gaspar, suspeita em Timbó 

Um laudo emitido pela Secretaria de Estado da Saúde, por intermédio da Diretoria de Vigilância Epidemiológica, em exame realizado em Florianópolis, confirmou na terça-feira, dia 23, que a moradora de Gaspar Filomena Soares de Campos Silva, de 57 anos, morreu vítima de febre amarela. Assim como todos os casos suspeitos em Santa Catarina, ela havia viajado para uma área endêmica, na cidade de Mariporã, no Estado de São Paulo.

Já em Timbó há um caso suspeito. Segundo a coordenadora da Vigilância Epidemiológica da secretaria de Saúde de Timbó, Grasiele Campregher, o paciente deu entrada no hospital apresentando um quadro de febre e o principal fator desencadeante da investigação é que ele havia viajado para uma região endêmica, sem tomar a vacina. Segundo ela, o material para análise foi coletado, mas o paciente está bem e já retornou às atividades normais.

Diagnóstico

Os exames laboratoriais das notificações suspeitas são feitos pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Paraná, laboratório de referência em febre amarela para Santa Catarina. Os resultados podem levar até 20 dias para serem liberados.

Há dois tipos da doença. Os casos constatados até o momento são do tipo silvestre, presente em áreas florestais, cuja transmissão se dá principalmente pelo mosquito Haemagogus. Há também a febre amarela urbana, que tem como vetor o mosquito transmissor da dengue, aedes aegypti, porém, há mais de 50 anos o Brasil não registra um caso de febre amarela urbana. 

Vacina em Indaial

Uma das novidades no calendário nacional de vacinação deste ano é a introdução da vacina contra a Febre Amarela para crianças com idade de 9 meses até 10 meses e 29 dias, além de pessoas que irão viajar para áreas endêmicas.

A vacina contra a Febre Amarela deve ser agendada: para crianças com idade de 9 meses até 10 meses e 29 dias pode ser feito o agendamento na unidade de saúde de referência, para viajantes, o agendamento é na Unidade Heinz Schutz, Centro, com atendimento nas segundas, terças e quintas, das 12h às 16h30.

Atenção

Se encontrar algum primata morto, é importante não tocar no animal, nem enterrá-lo. Evite também que crianças, outros animais e curiosos se aproximem; aguardem a chegada de um técnico do serviço de saúde.  


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