Impacto financeiro com afastamentos ultrapassa os R$ 17 milhões em Indaial, mas o principal prejuízo é a perda de vidas
INDAIAL - Investir em prevenção a acidentes de trabalho é uma necessidade urgente, tão necessária quanto a conscientização da sociedade e dos próprios trabalhadores sobre o tema. Os casos isolados talvez não sejam capazes de produzir o impacto necessário para o despertar desta consciência, mas uma nova ferramenta desenvolvido pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) - o Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho - talvez possa.
Os dados podem ser filtrados por cidade, dando uma dimensão aproximada do grave problema enfrentado em todas as partes do país. De acordo com os números, entre 2012 e 2017 foram registrados 1.498 acidentes de trabalho em Indaial, destes, 17 foram fatais. Quatro ocorrências envolveram menores de 18 anos.As atividades econômicas mais frequentemente envolvidas são fabricação de papel (119), fabricação de tecidos de malha (117) e atividades de atendimento hospitalar (97). O tipo de lesão mais frequente no município são fraturas.
Do ponto de vista econômico, neste mesmo período foram requisitados 1.417 auxílios-doença, resultando em um impacto previdenciário de R$ 17.579.433,03, com a perda de mais de 367 mil dias de trabalho.
Prevenção
O desafio de reduzir estes números passa pela tarefa de conseguir conscientizar empresários, funcionários e a sociedade de forma geral. O técnico de Segurança do Trabalho, graduado em Engenharia de Produção, Marcelo Felippi, explica tratar-se de uma questão de gerenciamento. "Tudo o que se pode medir, consequentemente pode ser controlado. Criar uma política de gerenciamento de Segurança e Saúde do Trabalho é o primeiro passo para que o gestor possa implementar ações para assegurar a integridade física e a saúde do trabalhador".
Ele cita como exemplo típico a exposição ao ruído, a empresa deve monitorar, implementar medidas que minimizem ou neutralizem a exposição ao risco ou, quando não é possível, implantar a utilização do Equipamento de Proteção Individual (EPI) adequado ao risco de cada atividade na impossibilidade.
Felippi ressalta que as empresas devem sempre seguir as Normas Regulamentadoras (NR) que são regidas pelo Ministério do Trabalho (MT).
"É dever do empregador ofertar treinamento de capacitação para todos os empregados e também garantir as condições de segurança para o exercício da atividade. Manter as instalações e manutenções de máquinas e equipamentos, as proteções adequadas, o ambiente de trabalho limpo e organizado, são boas práticas que ajudarão garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores"
O trabalhador
Quanto à conscientização dos trabalhadores, Felippi revela ser este um dos maiores desafios que os empregadores encontram atualmente. "Fazer com que eles entendam que tudo que é feito em questão de segurança do trabalho terá como maior beneficiado o próprio trabalhador".
Segundo ele, uma forma de incentivo é mostrar os benefícios de permanecer saudável para estar presente com a família para curtir todos os momentos importantes. "Outra questão é trabalhar a concentração, fazendo que estejam cem por cento atentos na execução de suas atividades, pois funcionário que dispersa a atenção na atividade, está sujeito a acidente de trabalho. Estatisticamente falando, a desatenção é o maior relato das ocorrências de acidentes de trabalho".
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