Falta de chuvas requer atenção na agricultura

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Prefeitura Municipal de Indaial - Na foto, plantação no bairro Warnow Alto, no ano de 2015
Os meses de agosto e setembro devem ser marcados por mais períodos de seca
INDAIAL - Apesar da chuva que chegou à região no último fim de semana, um sistema de alta pressão voltou a agir no Estado deixando o tempo novamente mais seco. A chuva ainda deve voltar nos próximos dias, mas não de forma significativa. Este tempo mais seco deve se manter até setembro e, se até lá a tendência se confirmar, os agricultores podem ter desafios pela frente. "O cenário requer cuidado e atenção, uma vez que as modelagens meteorológicas apontam para um agosto/setembro mais secos", explica a engenheira agrônoma da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) de Indaial, Danielle Oliveira Danielewski.
Segundo o secretário de Agricultura e Abastecimento, Ivo Odorizzi, até o momento o período de dias sem chuvas não provocou danos, pois o plantio do arroz ainda está na fase de preparação do solo e grande parte dos produtores de hortaliças possui sistema de irrigação em suas lavouras. As principais atividades agrícolas desenvolvidas em Indaial são, entre as hortaliças: folhosas (alface, rúculas, temperos, entre outras), as brássicas (repolho, couve-flor, brócolis), as curcubitáceas (pepino e abóboras), e as solanáceas (tomate, pimentão e berinjela). No município tem ainda o plantio do arroz irrigado, e as pastagens (para alimentação tanto de gado de leite e corte).
Pastagens devem sofrer
A engenheira agrônoma explica que o plantio do arroz irrigado deve atrasar, pois demanda uma quantidade razoável de água para encher as áreas de cultivo. "Já em relação às pastagens, estão afetadas e com ciclo de produção com prejuízos, pois a grande maioria das áreas não possuem nenhum sistema de irrigação alternativo", ressalta. O extensionista da Epagri de Timbó, Valdomiro Biz, explica que com precipitação pluviométrica baixa, as plantas não se desenvolvem adequadamente, e as que já estão instaladas, perdem sua qualidade rapidamente. Por este motivo, o principal impacto com a falta de qualidade da pastagem se reflete na pecuária, sobretudo na produção de bovinos, seja para carne ou leite.
Prejuízos
Danielle diz ser difícil, neste momento, fazer uma previsão de quebra de safra ou de valores implicados, uma vez que as lavouras de arroz não foram implantadas ainda, podendo com isso atrasar seu ciclo, ou seja, a colheita. Porém, não representa necessariamente uma perda na produção. "Já as hortaliças creio que haverá uma pequena quebra na produção, pois a maioria das culturas tem sistema de irrigação implantado e em operação. No entanto, há dificuldade em afirmar se haverá prejuízo econômico, uma vez que os preços são definidos pela Lei da Oferta e Procura, ou seja se faltam produtos no mercado, o preço sobe. Muitas vezes o prejuízo que haveria, é amenizado por um preço maior dos produtos".
Medidas para minimizar os impactos da estiagem
Danielle orienta para que os produtores adotem um sistemas de irrigação eficientes e que demandem menor consumo de água; além de sistemas de captação, armazenagem e uso de água da chuva, nas propriedades. Outra possível ação preventiva é utilizar as águas fluviais de forma racional e sustentável para que não haja prejuízos, nem para o consumo da população nem para a economia da região.
Biz destaca também a importância de que o produtor rural, indiferente de qual atividade desenvolva, não se precipite em implantar as culturas sem as condições de umidades adequadas, visto que, estará comprometendo a germinação e um dos insumos de alto custo hoje, a semente. "Também, os produtores de bovinos, devem verificar as condições de suas pastagens e, se for necessário, faça a complementação na alimentação fornecida. Por fim, que os piscicultores façam o monitoramento da qualidade e quantidade de água disponível, para que possa tomar as decisões adequadas". Ainda sobre a piscicultura, destaca ser uma área sensível, contudo, que ainda não apresenta alteração, já que, a diminuição do volume de água disponível tende a diminuir a qualidade da mesma, o que requer do piscicultor um monitoramento diário. "Nossa região é caracterizada pela sua diversidade na agricultura e pecuária. Temos Produção de cereais, hortaliças e frutas, assim como bovinos, suínos, aves e peixes. Todo evento climático extremo traz consequências e afeta a produção", finaliza Biz.
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