Esclarecimentos HBR

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Divulgação -
Ex-presidente Edson Milbratz se manifesta após oito meses da intervenção da unidade hospitalar
INDAIAL - O Hospital Beatriz Ramos (HBR) de Indaial é conhecido por ser uma referência regional em saúde. Neste ano, a unidade hospitalar passou por adversidades, que foram desde a decisão de leilão até a intervenção realizada pela Prefeitura. Esta intervenção, ocorrida em março, nomeou uma nova gestora, a então secretária de Saúde, Adriane Ferrari, que permanece à frente dos trabalhos até hoje.
Na ocasião, o Conselho Administrativo que geria o Hospital, tinha como presidente Edson Milbratz, que atuava na direção de forma voluntária e não recebia nenhum valor pelo trabalho, e foi procurado pela redação para dar sua posição, oportunidade em que ele preferiu não se manifestar sobre o caso. Nos últimos dias, ele que até então fazia parte do Conselho Municipal de Saúde, desligou-se do cargo e veio a público, inclusive procurou o JMV, munido de diversos documentos, para esclarecer alguns fatos ocorridos no período que estava na gestão do Hospital.
Milbratz explica, primeiramente, sobre o pedido de isenção de ISS e também do repasse de R$ 3 milhões feito pela Uniasselvi ao HBR em 2016."No mês de dezembro, fui procurado pelo ainda na época vereador André Moser, para auxiliar na questão e convencer o Legislativo, que estava contrário à proposta pois corria o risco da Uniasselvi ir para Timbó e a próxima gestão municipal acabar ficando sem o imposto para os próximos anos.Na negociação foi apresentada uma proposta de repasse de valores ao Hospital, e a isenção da Uniasselvi foi aprovada. Hoje, a Uniasselvi já recolheu mais de R$10 milhões de ISS para Indaial".
Após, foi discutido o que seria feito com o recurso, oportunidade em que a maioria do Legislativo aprovou o uso do valor para a quitação de empréstimos com vencimentos até 2020. "Isso aliviou uma prestação mensal de R$128 mil. Desse valor, R$60 mil eram juros", completa Milbratz.
Renovação de contrato
Em março de 2017, vencia o contrato do Hospital com a Prefeitura, e precisava ser renovado com a aplicação de reajuste. De acordo com o ex-presidente, na época a administração municipal alegou que não havia dinheiro para aumento de repasses. "O reajuste realmente só ocorreu em dezembro de 2017, quando o valor estipulado seria de aproximadamente R$100 mil, porém apenas metade do valor foi reajustado, acumulando dívidas ao Hospital", explicou.
No fim de 2018, o ex-presidente relembra que entraram com uma notificação judicial, apontando e comprovando sobre os valores devidos e não pagos no período em que não houve reajuste."Se tivéssemos entrado junto ao Ministério Público com uma cobrança imediata, teríamos evitado o leilão pois devíamos por não receber da Prefeitura".
Intervenção
Após a intervenção, um relatório foi divulgado com dados referentes à dívida atualizada do Hospital, apontada em mais de R$17 milhões, aumento da mortalidade e falta de estrutura. Milbratz defende que se os recursos tivessem sido pagos, não seriam apontadas essas questões. "Poderíamos ter utilizado o valor para fazer tudo isso", completa.
Um dos questionamentos mais fortes de Milbratz, é referente ao reajuste do repasse de valores da Prefeitura ao HBR, realizado após três meses de intervenção, que passou de R$ 642 mil para R$ 846 mil, cerca de 31,5%. E com mais o repasse de R$ 300 mil da Festa do Colono e R$ 500 mil da FIMI, acumulou-se um prejuízo de R$ 376 mil. "Além disso, na nossa gestão, sem esses recursos, conseguíamos gerenciar da melhor forma possível, agora com mais recursos, houve o acúmulo do déficit", frisa.
Ainda, o ex-presidente faz outro questionamento, a esse aumento de valores, porque na época da antiga gestão não foram pagos, pois era uma manobra de improbidade fiscal e agora isso foi quitado. Também, foi realizada a obra de revitalização da estrutura física do espaço da ala SUS que contemplou o investimento de aproximadamente R$ 400 mil. Desse valor, R$ 300 mil foram com recursos da Prefeitura. Milbratz comenta que durante sua gestão nunca foi utilizado um montante como este, para a reforma com recursos próprios.
Milbratz frisa que a antiga administração foi muito criticada, mas que foi feita uma gestão transparente e que mesmo com poucos recursos, sempre buscou-se fazer o melhor para o Hospital e à comunidade. Além disso, também foram feitos investimentos em equipamentos e infraestrutura com a ajuda da comunidade.
Nossa redação entrou em contato com o prefeito André Moser para ouvir seu posicionamento, mas até o fechamento da edição impressa desta terça-feira não obtivemos retorno. Mais informações acompanhe na próxima edição.
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