Dia do Idoso: mudança de olhares sobre o envelhecimento

-
Divulgação -
Uma data que serve para homenagear as pessoas idosas, comemorar as suas conquistas e conscientizar toda a população sobre a importância das mudanças de atitude com esse grupo. Esse é o significado do Dia Nacional do Idoso, comemorado no dia 1º de outubro, junto com o Dia Internacional da Terceira Idade.
Na mesma data, no Brasil, também é lembrado do aniversário do Estatuto do Idoso, que neste ano completa 17 anos de existência. O Estatuto é uma legislação ampla, que apresenta inúmeros direitos e prerrogativas dos idosos, reconhecendo as necessidades especiais das pessoas com 60 anos ou mais.
O artigo terceiro do Estatuto expressa os principais direitos que o idoso possui. "É obrigação da família, comunidade, da sociedade e do poder público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária".
De acordo com Malvina Juliane Ribeiro, formada em Serviço Social e pós-graduada em Gerontologia, a data convida a todos para refletir também sobre as necessidades dos idosos. "Sendo assim, buscar formular estratégias, políticas e práticas em todos os setores, procurando concretizar as enormes potencialidades do envelhecimento no século XXI", completa.
Desafios
Malvina, que também é idealizadora do projeto De Geração para Geração, criado na cidade de Indaial, atua diretamente com os idosos, fala dos três principais desafios que essa faixa etária passa: exclusão social, acessibilidade e o abandono familiar.
Sobre a exclusão social e abandono familiar, Malvina relata que isso ocorre diariamente pela sociedade, uma vez que o sujeito velho é associado a um ser doente e incapaz, que não possui sentimentos ou vontades. "O mesmo ocorre, frequentemente, dentro das próprias famílias. Percebe-se que muitas vezes eles são vistos como incapazes de viver a vida", observa a gerontóloga.
Quanto à acessibilidade, a profissional diz que essa questão engloba principalmente a adaptação do transporte público, preparação dos espaços públicos e estabelecimentos comerciais para que os idosos possam sair de casa com conforto e segurança.
Como Malvina está sempre conectada a esse grupo, ela afirma que eles prezam nessa etapa da vida muito pelo relacionamento com a família e amigos, e as amizades na comunidade onde moram. "Essas relações proporcionam uma sensação de pertencimento e isso tem sido reconhecido como aspecto fundamental para um envelhecimento com qualidade de vida", destaca.
Cuidados com a saúde
Na terceira idade, exercitar-se, manter uma alimentação saudável são fatores importantes. Mas, além disso, cuidar da saúde mental é fundamental, principalmente neste período de pandemia. "Pessoas idosas, em geral, por mais independentes que sejam, são vulneráveis emocionalmente, tanto com relação aos familiares como aos amigos. Elas devem, sim, permanecer em casa, mas não sozinhas", frisa a profissional.
Malvina afirma que atualmente essas pessoas estão impedidas de realizar suas rotinas sociais, e que o isolamento pode tornar-se uma agressão emocional, que com o tempo pode desencadear depressão. Por isso se faz necessário que esse público ganhe uma atenção especial, mesmo que a distância seja por meio das tecnologias ou simples telefonemas. Dessa forma o idoso vai se sentir menos sozinho e mais acolhido.
Deixe seu comentário