A acusação é de que ele, que atendia pelo SUS, tenha descumprido a jornada de trabalho

INDAIAL - Na quarta-feira, dia 14, o vereador de Indaial, Flávio Molinari (PSDB), esteve em Florianópolis e, dentre outros compromissos, protocolou no Conselho Regional de Medicina (CRM) uma denúncia por descumprimento de jornada de trabalho contra um médico que fazia parte do quadro de servidores da Saúde de Indaial. Esta mesma denúncia já havia sido feita ao Ministério Público (MP) e na Ouvidoria do Município de Indaial na segunda-feira, dia 12.

O caso se tornou público após um vídeo divulgado por Molinari, que supostamente flagra o médico atendendo em seu consultório particular, no Centro da cidade, enquanto deveria estar prestando atendimento no Serviço de Atendimento Integral à Saúde (Sais). "Nós passamos a investigar após receber a denúncia de um usuário do Sus, há cerca de um mês", conta.

Segundo ele, uma equipe de cinco pessoas se revezou para acompanhar a rotina do médico. "Geralmente ele chegava uma hora antes do horário, batia ponto e ficava no Sais por cerca de uma hora e meia. Depois seguia para atendimento no consultório particular e só voltava por volta das 11h30minj para bater o ponto novamente". O parlamentar diz que no dia 1º de março o médico bateu o ponto às 7h05min, saiu do Sais às 8h30min e só voltou para registrar a saída às 16h30min. Ou seja, teria feito aproximadamente cinco horas extras.

Investigação

Para realizar o suposto flagrante, a equipe agendou duas consultas, uma no dia 7 e outra no dia 8 de março. No entanto, na do dia 7 forneceu nome e telefone incorretos. Já no atendimento agendado para dia 8 os dados eram reais e a consulta foi confirmada para às 10h, quando o vídeo que circula na mídia, e já teve mais de 250 mil visualizações, foi gravado".

Denúncias

Molinari conta ainda que este é o 7º médico denunciado por ele por ele, quase todos pelo mesmo motivo. O vereador diz que após a circulação do vídeo, muitos usuários do Sus entraram em contato para registrar ocorrências de mesma natureza, inclusive em cidades vizinhas, as quais pretende investigar.

Apoio da secretaria

O parlamentar faz questão de ressaltar que a secretaria de Saúde estava ciente da investigação e apoiou a busca por informações. O contrato com médico citado na denúncia teve início em 2016 a havia sido prorrogado até abril deste ano.

A Secretária de Saúde, Adriane Ferrari classificou o fato com o lamentável. "Em momento nenhum a gestão ou coordenação são coniventes com tal conduta. Trabalhamos de forma transparente. Desde 2017 encaminhamos aproximadamente 12 servidores da Saúde para sindicância para apuração de fatos denunciados".

Adriane informou que ainda não havia recebido a denúncia formal, mas que desde o momento em que o vereador Flávio Molinari relatou o ocorrido, colocou a secretaria à disposição para esclarecer os fatos. "Como o médico pediu exoneração, não temos como encaminhar para sindicância, mas após ser formalizada, encaminharemos a denúncia com as provas para os órgão competentes". O profissional estava contratado para uma jornada de 20 horas, a secretária explica ainda que as funções eram divididas em: 10 horas de regulação e outras 10 horas como direção técnica. A jornada de trabalho dele deveria ser cumprida entre oito e 12h.

Contraponto

Nossa redação entrou em contato com o médico citado na denúncia. Mas fomos informados que, por orientação dos advogados, ele não irá se pronunciar no momento.