Os animais de estimação também sofrem com as altas temperaturas, podendo sofrer queimaduras e insolação

INDAIAL - O Verão chegou, e o calor já não está dando trégua. Os dias vêm ficando cada vez mais quentes e não apenas nós, seres humanos, que sofremos com isso, os nossos bichinhos de estimação também sentem da mesma forma. Por isso, é preciso tomar alguns cuidados especiais com os cães e gatos nessa estação. Pensando nisso, nossa redação pegou dicas valiosas sobre o assunto com o médico veterinário James Davi Dalke, que é pós-graduado em dermatologia de animais de companhia, e atualmente é o responsável técnico na Vet Center Clínica Veterinária.

De acordo com o médico Dalke, diferente das pessoas, os cães e gatos não perdem calor corpóreo por transpiração. "Esses animais fazem o uso da respiração ofegante, eliminando o calor por meio da língua. Os cães braquicefálicos, de focinho curto, como os das raças Pug e Buldogues, são os que têm por natureza maior dificuldade na transpiração e, portanto, sofrem mais com o calor", destaca Dalke.

Além disso, os animais podem sofrer com queimaduras e isolação, tecnicamente chamada de hipertermia. "A enfermidade mais comum nesta época do ano é a insolação, levando o animal a apresentar hipertermia e desidratação. Há também o aumento considerável de problemas relacionados a parasitas como pulgas, carrapatos e miíase (bicheirra), além de maior ocorrência de viroses gastrointestinais", alerta o veterinário.

Doenças como tumores de pele em cães e gatos vêm sendo diagnosticados cada vez mais, segundo o veterinário, que ressalta que os problemas de pele mais recorrentes estão associados a queimaduras e parasitas. "Para evitar esses problemas associados ao sol, deve-se evitar a exposição excessiva, principalmente nos horários de maior irradiação, evitar a tosa de pelo muito curta, pois o pelo protege a pele da irradiação solar direta, e utilizar protetor solar específico nas áreas mais sensíveis e mais expostas, como plano nasal (focinho), orelhas e abdômen", enfatiza Dalke.

Muitas vezes, nós não nos damos conta que o asfalto das ruas e os revestimentos usados nas calçadas, absorvem o calor da radiação solar durante o dia e fica superaquecido, o que pode ocasionar a queima da patinhas dos pets. "O contato dos coxins (almofadinhas das patas) do animal com o chão, mesmo que por pouco tempo, pode ocasionar sérias lesões e queimaduras que vão causar não apenas dores e desconforto físico a ele, como também dificultar a locomoção", frisa o médico veterinário.

Nestes dias quentes, o animal tende a perder um pouco o apetite e passe a comer menos. Por isso Dalke recomenda que você diminua a quantidade de ração e escolha um horário do dia mais fresco para ofertar a comida. Também, os banhos nos pets podem ser mais frequentes e a tosa pode ser realizada normalmente, sem mudanças, uma vez que o pelo protege a pele e auxilia no isolamento térmico.

Para finalizar, Dalke comenta sobre alguns episódios que não podem acontecer. "Infelizmente, ocorrem episódios em que a pessoa faz uma paradinha para ir ao banco/ loja e deixa ou esquece o cão dentro do carro, fechado, sem ventilação. Mesmo que por alguns minutos esse comportamento é altamente perigoso, causando insolação, desidratação e podendo levar o animal à morte. Fiquem atentos e evitem esta situação".

Cuidados básicos que podem amenizar o calor excessivo dos bichinhos:

•  Não deixá-los expostos diretamente ao sol, principalmente nos horários mais quentes do dia, entre as 10 e 15 horas;
•  Evitar a realização de atividades físicas excessivas nestes horários;
•  Sair para passear nestes horários mais quentes, onde as calçadas ou vias podem estar excessivamente quentes, causando queimaduras nos coxins e/ou adquirir calçados como botas e sapatos, desenvolvidos especialmente para animais
•  Mantê-los em ambientes ventilados, principalmente no caso dos animais braquicefálicos;
•  Fornecer água a vontade, visto que em geral os animais precisam receber no mínimo 60 ml de água por quilo de peso corporal por dia.