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Covid-19: cuidados com os pets

Médico veterinário explica a respeito da possibilidade de contágio de animais domésticos

TIMBÓ - "Desde que o Covid-19 apresentou destaque nos meios de comunicação, as informações a respeito da possibilidade de contágio por animais domésticos aumentaram e muitas informações vem sendo divulgadas de forma equivocada". Com essa frase o médico veterinário, James Davi Dalke, inicia a entrevista à redação do JMV para explicar sobre o Coronavírus e os animais.

Segundo o profissional, deve-se deixar claro que não há qualquer evidência de que cães e gatos possam ser infectados pelo Covid-19. "Entretanto, não é por isso que vamos deixá-los em ambientes contaminados, pois eles podem ser portadores do vírus como por exemplo uma maçaneta de uma porta em que uma pessoa contaminada espirra sobre ela, esta maçaneta portará o vírus. Da mesma forma cães e gatos podem portar o vírus, sem desenvolver a doença. Ou seja, qualquer animal que esteja em um ambiente com extrema contaminação pode apresentar o vírus no organismo. Temos que tomar cuidado com a desinformação".

O médico veterinário observa que quando foi registrado o surto da SARS em 2003 alguns animais que estavam em ambientes contaminados apresentaram teste positivo para doença, apesar de não desenvolverem nenhum tipo de sintoma, bem como, não foram registrados casos de animais domésticos transmitindo a doença para humanos, e vice e versa.

De acordo com informações da imprensa, amostras de um cão de Hong Kong tinham um pequeno número de partículas virais presentes. "Em um animal sem sinais clínicos de doença, é difícil dizer o que isso significa. Mas sabe-se que o tutor daquele animal já havia confirmado positivo para o Covid-19. Este é apenas o único caso relatado até o momento relacionado ao Covid-19. É preciso fazer mais pesquisas sobre o potencial do vírus humano SARS-CoV-19 para infectar animais".

O profissional comenta que estão sendo divulgadas diversas matérias de que os pets pegam Coronavírus, mas que os seus sintomas são diferentes dos humanos e semelhantes a uma Parvovirose. "A matéria limitava-se a essa informação. Para um veterinário, essa informação não tem nada de errado. Para tutores, que não tem conhecimento de que o Coronavírus tem diversas "versões" essa informação gera confusão. O Coronavírus é na verdade um grupo de vírus comum entre os animais. Logo, existem vários tipos de Coronavírus, tem coronavírus em bovino, felino, canino e em seres humanos, entre outros. Cada tipo de coronavírus tem um conjunto específico de sintomas para os seus hospedeiros. Nos cachorros, o Coronavírus pode aparecer de duas formas: uma com manifestação respiratória e outra entérica - essa última mais comum e que causa um quadro de diarréia".

O médico veterinário adianta que: "é importante salientar que essas duas formas de Coronavirose canina são prevenidas por meio da vacinação polivalente e não tem relação com o Covid-19. Já os felinos também têm seu Coronavírus próprio que pode causar a Peritonite Infecciosa Felina, a PIF. A doença é encontrada em praticamente todo o mundo e, infelizmente, até o momento, não existem vacinas para prevenir".


O Covid-19 foi transmitido por animais?

Ainda é cedo para fazer afirmações a respeito do Covid-19, o que se sabe é que é uma doença zoonótica, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) e que o surto iniciou-se, aparentemente, no mercado de Wuhan, na China, o qual contava com uma seção de animais silvestres, onde eram vendidos animais vivos ou abatidos.


Cuidados gerais

Estamos diante de um vírus de baixa taxa de mortalidade (comparado ao seu antecessor, SARS), mas alta virulência. "Tosse, espirro, beijos ou abraços podem causar exposição. O vírus também pode ser transmitido ao tocar em algo que uma pessoa infectada tocou e depois em sua boca, nariz ou olhos, e é aí que surge o problema", observa o profissional.

O médico veterinário destaca ainda: "pense bem, se uma pessoa infectada espirrar na mão, fizer carinho no cachorro e, depois outra pessoa entrar em contato com aquele cachorro o que pode acontecer? Bem, se essa pessoa colocar a mão na boca, olho ou nariz, há grande chance de contágio. Exatamente como pode acontecer com maçanetas e balcões. Ainda, esse cachorro poderá sim apresentar o vírus no seu organismo, uma vez que ele pode lamber o próprio pelo ou um ambiente contaminado, o que não significa que ele apresentará sintomas. O pet não estará transmitindo Covid-19, mas sendo um meio de transmissão, carregando vírus pelo ambiente".

Para o profissional, é uma questão de higiene básica, se a pessoa contaminada não entender que deve usar máscaras, luvas e manter a distância adequada de outros seres vivos, não só o pet dela como toda a casa será um ambiente com alta carga viral. "Para quem está com a doença, o contato com o animal deve ser evitado, sem os famosos lambeijos. Atualmente, os pets são como um integrante da família, sendo assim, o interessante seria deixá-lo em um hotel para animais ou aos cuidados de outra pessoa durante o período de quarentena do tutor, assim, evitamos que o pet carregue o vírus por todo o ambiente familiar. Caso não tenha essa possibilidade, é importante passar álcool em gel nas mãos sempre que for brincar com eles, mexer em ração, brinquedos ou petiscos". 

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