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Aumento nos custos de produção inflaciona preço dos alimentos

Estiagem e dólar em alta são fatores que influenciam preços que chegam ao consumidor

De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) levantado pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), o mês de abril registrou deflação de 0,01%. Apesar da leve queda nos preços em geral, o setor de alimentos subiu 2,46% e impediu que a deflação fosse maior.

Um dos motivos para a alta dos preços no setor, foi a grande procura das famílias por supermercados para formar estoques e enfrentar o isolamento. Entretanto, segundo o vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), Enori Barbieri, a principal razão para alta dos alimentos está no aumento do custo de produção.

Enori explica que devido a estiagem, grãos como arroz e feijão tiveram uma significativa redução da área plantada. Já o leite, além da estiagem, também enfrenta o problema da falta de reajuste dos últimos anos, que gerou uma escassez no mercado interno, onde havia uma oferta maior que a procura.

"Com a estiagem, a qualidade das pastagens cai e a produtividade das vacas também. Utilizar ração industrial na nutrição dos animais não é possível, porque se torna um custo que não pode ser coberto pela remuneração do criador. O preço do leite precisa mesmo subir para compensar o produtor rural que está há quatro anos sem reajuste e ameaça abandonar a atividade", destacou.


Mercado internacional influencia na produção

Outro fator que acarreta no aumento dos custos para o produtor é a influência do mercado internacional. O milho, por exemplo, tem seu preço afetado pelo câmbio, e com o dólar em alta, muitos produtores optam por exportar sua produção. Com a safra indo preferencialmente para o exterior, acontece uma defasagem no mercado interno e as agroindústrias nacionais são obrigadas a importar o grão.

A soja, outro insumo básico para a cadeia produtiva, está em uma situação semelhante, com seu preço sendo alterado diariamente pelas cotações internacionais. "O dólar valorizado também impacta nos fertilizantes e em 70% dos outros insumos importados, fazendo subir o custo das lavouras e, por consequência, dos grãos, hortigranjeiros, frutas, carnes, leite, etc", afirmou Barbieri.

De acordo com ele, as previsões para os insumos importados nos próximos meses são de preços em alta. Com o dólar no patamar dos R$ 5, a saca de milho não deverá baixar de R$ 50. Já a saca de soja deverá custar em torno de R$ 100. "O produtor rural não tem controle sobre esse fatores que aumentam o preço final dos alimentos para o consumidor", completou.

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