Equipe multidisciplinar, apoio e muito conhecimento em busca de saúde e qualidade de vida
INDAIAL - Perder peso não é tarefa fácil, mas se torna muito mais simples com a orientação de uma equipe multidisciplinar e com o apoio de outras pessoas que estão batalhando pelo mesmo objetivo. Prova disso é a animação do grupo de aproximadamente 20 pessoas que levantou cedinho para acompanhar mais uma rodada de troca de conhecimentos e suar bastante durante as atividades físicas.
Estas pessoas integram o grupo "Leve Mente", criado pelo Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf), de Apiúna. As histórias e condições físicas de cada um diferem bastante, mas o objetivo é o mesmo, perder peso para ganhar saúde.
Luiz Ricardo Cardoso tem 28 anos e já chegou a pesar 300 quilos. O jovem conta que passou por uma tragédia pessoal no fim de 2017, quando a namorada foi vítima fatal de um acidente de moto. Nesta época os problemas com o excesso de peso aumentaram significativamente e Ricardo acumulou outros cinquenta quilos.
Até que uma nova situação o levou a uma internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). "Chegaram a dizer para a minha mãe que eu não passaria da primeira noite", relembra. Foi da equipe de profissionais do hospital que veio o primeiro incentivo para que ele perdesse peso.
Assim que recebeu alta médica, o incentivo continuou por meio dos profissionais da Saúde de Apiúna. Juntando o período de internação, as semanas que passou em casa e as primeiras orientações recebidas dos profissionais multidisciplinares, Ricardo conseguiu eliminar 78 quilos. O objetivo dele é chegar aos 180 quilos para então realizar uma cirurgia bariátrica. "O principal reflexo na minha saúde atualmente é a apneia do sono, que desenvolvi em decorrência do sobrepeso, preciso utilizar um aparelho chamado de BiPAP (utilizado para tratar a apneia e outros problemas respiratórios)", conta. Para ele, o apoio do grupo torna a tarefa mais fácil.
Saúde é o que interessa
Nesta jornada em busca de saúde e qualidade de vida também estão Sandra Altina Ferrari, de 47 anos e Rosana Schuab Krenkel, de 39 anos. Sandra sofre com problemas na coluna, fator que a impulsionou na busca por uma maneira saudável de perder peso. "Estou aprendendo muito com a equipe: nutricionista, psicólogo e professor de Educação Física", afirma.
Rosana trabalha como Agente de Saúde e, pelo contato próximo com as pessoas, uniu os objetivos de perder peso e incentivar aqueles a quem atende. "Muitas vezes não temos conhecimento do que é ou não correto, pois muitas informações falsas circulam pelas mídias. Moro em um sítio e produzimos bastante coisa, por falta de conhecimento acabávamos não consumindo alguns alimentos que acreditávamos fazerem mal. Por conta disso a informação vinda de um profissional capacitado é tão importante", pondera.
Bombardeio de informações engorda
Desmistificar uma série de crenças errôneas a respeito dos alimentos é o objetivo principal da nutricionista Bárbara Martins. "Vejo que há um bombardeio muito grande de informações, seja através da televisão, da internet, família, amigos. As pessoas acabam absorvendo informações erradas e precisamos quebrar estes tabus acerca das propriedades de cada alimento. "Apiúna possui muitos agricultores, que produzem uma grande riqueza de alimentos e que, ao invés de consumir estes, acabam buscando o industrializado. Então é preciso fornecer a informação correta para que eles se alimentem melhor".
Mente leve
Para muitas pessoas, emagrecer é apenas uma questão física. Esta crença não poderia estar mais errada. O fator psicológico tem papel fundamental neste processo. "Muitas vezes as pessoas comem para descontar suas frustrações, estão ansiosas, tristes, desanimadas e buscam refúgio na comida. A ideia é entender como esse processo funciona para que cada um deles consiga identificar e não reforce este hábito", explica o psicólogo Renann Sandri.
Corpo em movimento
Após a rodada de palestras e troca de conhecimentos, chega a hora de levantar da cadeira e colocar o corpo em movimento. O educador físico Alan Ceruti explica que trabalhar com um grupo tão heterogêneo exige bastante atenção. "Apesar do trabalho ser essencialmente em grupo, é preciso conhecer a condição de cada um. Temos aqui pessoas que fizeram cirurgias cardíacas, outras possuem problemas articulares e há também questões de obesidade em diferentes graus. É importante respeitar a individualidade e conversar bastante com cada um deles".
O grupo
A assistente social Verônica Nunes Castano explica que uma série de problemas relacionados ao excesso de peso foram identificados pelos profissionais da Saúde. Motivo que levou o Nasf a montar o grupo, que é fechado. As palestras e troca de informações com os profissionais ocorrem a cada 15 dias. Já os exercícios físicos são ministrados duas vezes por semana. Serão seis meses de trabalho e a intenção é de que, dependendo da demanda e da disponibilidade de recursos e profissionais, novos grupos sejam abertos em diferentes horários no futuro.
A equipe conta ainda com a estagiária de psicologia Thaynnara de Oliveira e a técnica de enfermagem Vera Lúcia Pereira, que irá realizar um trabalho de monitoramento da pressão arterial dos participantes. Além da pressão arterial, ao longo dos seis meses haverá avaliação antropométrica (peso, medidas e percentual de gordura). "Iniciamos há pouco mais de uma semana e a maioria deles já perdeu peso. Estamos muito felizes com o empenho do grupo", finaliza Bárbara.
Deixe seu comentário