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Nem todos os heróis precisam ter superpoderes

Muitas vezes, é preciso apenas fazer desabrochar um sorriso no rosto daqueles que enfrentam a dor

INDAIAL - Não importa quanto tempo se viva, há sempre uma criança preservada dentro de cada um. Talvez seja ela a responsável por manter viva a chama da esperança quando tudo mais parece desmoronar. Talvez faça parte de suas atribuições também permitir o aprendizado de que heróis existem na vida real sim, estão espalhados por todos os cantos, mas que eles não precisam ser SUPER, ou seja, não precisam de características sobre-humanas. Muitas vezes o poder do qual dispõe é a capacidade de levar fé, alegria e amor a quem mais precisa. Muito possivelmente, faz parte das característica desta eterna criança, a capacidade de mostrar que cada um de nós tem a capacidade de tronar-se um destes heróis.

Humanos, fazendo o seu melhor para salvar vidas através da esperança. Por este motivo, nenhum nome poderia ser mais propício para um projeto que tem por prerrogativa espalhar este sentimento entre os que mais precisam do que "Saving Lives - Aliança dos Heróis". Nascido no Rio de Janeiro em 2015 e transportado para Indaial há cerca de dois anos, junto com a vinda de seu idealizador para a cidade, já levou muita alegria para hospitais, ancionatos, orfanatos, abrigos e instituições para crianças especiais.

Rodrigo Miceli, de 38 anos, trouxe na mala muito mais do que o traje do Homem Aranha, que veste com tanta dedicação e carinho, transportou para cá o desejo de se doar a quem precisa.

Spiderman

Professor, enfrentando perrengues de todas as naturezas, fala bastante, faz muita brincadeira, mas nunca foge às responsabilidades e faz de tudo para melhorar o mundo a sua volta. Se você está se perguntando se estas características pertencem à Rodrigo ou ao conhecido personagem das Histórias em Quadrinhos (HQs), Homem Aranha (Spiderman em inglês), a resposta é: ambos.

Este é um dos motivos pelos quais Rodrigo escolheu o manto do herói falastrão e de coração puro para vestir. "Nós somos muito parecidos em muitos aspectos. Mas a principal característica do Spider é que ele leva esperança para as pessoas. É isso que nós queremos com este trabalho", conta.

Rodrigo idealizou o projeto após enfrentar um longo período ao lado da mãe, que lutou contra o câncer. "Eu sei o que as pessoas passam dentro dos hospitais, sei do sofrimento que precisam superar. Minha mãe foi a inspiração".

A primeira teia

Ao decidir se dedicar ao projeto, Rodrigo buscou informações até o momento em que participou de uma ação especial em um hospital do Rio de Janeiro junto com outros voluntários. "Minhas mãos estavam suando, eu estava tremendo. Mas quando vesti o traje e vi que as pessoas sorriam, estavam felizes, foi a prova de que eu precisava para ter a certeza de que havia nascido para fazer aquilo".

Rodrigo conta que se transforma ao vestir o traje, tal qual os heróis do quadrinho, ele se solta e mergulha de corpo e alma ao trabalho de ser o Spider. "Em nossa penúltima visita ao Hospital Beatriz Ramos a equipe nos contou de um senhor que estava em estado terminal. Ele já não sorria nem falava com os familiares. Quando eu cheguei no quarto ele começou a conversar conosco e a sorrir. Isto nos emociona e mostra que estamos cumprindo com o nosso objetivo".

O escudo do Capitão

Rodrigo também já vestiu outro manto, o do Capitão América. Foi com ele que viveu uma das histórias que mais o marcaram. A pequena e valente Harumi Pinheiro, que tinha 10 anos na época em que ela e Rodrigo se conheceram no fim de 2017, lutava contra a leucemia desde os seis anos de idade. Um dia, no hospital, postou um vídeo na internet dizendo o quanto desejava conhecer o Capitão América e ter o seu escudo.  

O pedido era direcionado a um policial que visita hospitais em São Paulo com a fantasia do herói, mas chegou até Rodrigo, que de pronto resolver atender a vontade da pequena. Ele então foi até Harumi e com ela desenvolveu uma bela amizade. Aos poucos o Capitão América virou o tio Rodrigo e ele esteve com ela em muitos dos momentos mais difíceis. Em março deste ano Harumi virou uma estrelinha no céu, mas deixou nesta terra muitas lições a serem aprendidas por todos. De lá para cá, Rodrigo optou por não vestir mais o traje do Capitão e da menina, guarda as memórias com carinho.

Uma legião de heróis 

No Rio de Janeiro atualmente são 11 voluntários participando do projeto. Em Santa Catarina Rodrigo conta com a dedicação da esposa Suzana, que interpreta a Mulher Maravilha, Fernando Vendramin, que faz o Deadpool e mais recentemente, Renato Vuorinen, que assumiu o personagem Batman, além de Daniela Gadotti, fotógrafa voluntária. Para quem desejar integrar este time, é precisa entrar em contato com Rodrigo para passar por uma espécie de seleção. "O objetivo é levar alegria, mas não é uma brincadeira. Há diversos aspectos que precisam ser levados em conta, é um compromisso. Além disso é preciso passar orientações, ao menos básicas, de como se comportar dentro de um hospital, por exemplo, como faz para sair de um quarto e ir para o outro", explica. Todos os integrantes do projeto são voluntários e precisam custear o próprio traje. O objetivo é começar a visitar também o Hospital Oase, de Timbó e diversos locais da região.  

Para isso, o que a equipe de heróis mais precisa neste momento é de um Quinjet (jato dos Vingadores), ou melhor, de um veículo para locomoção, então, se alguém desejar ajudar, este seria o melhor meio. 'Eu penso em uma Kombi porque seria o mais barato e que permitiria levar toda a equipe, assim poderíamos visitar mais lugares e levar alegria a mais pessoas", revela.




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