Artista indaialense, Elke Littig conta sua história e revela o significado da arte para a sua vida
INDAIAL - "A arte não é, simplesmente, o movimento do pincel, mas também a fantástica arte da vida que não tem limite de idade para encantar!". Com essa frase a artista indaialense, Elke Littig fala sobre seus trabalhos, sua história e o significado da arte para a sua vida. Elke, que é natural de Presidente Getúlio, afirma que: "A arte é diálogo. É transformação. É registro do humano. É um estado de consciência".
A artista conta que participou de diversas exposições coletivas e individuais, apresentando pintura, desenho, objetos e instalações. "No meu currículo também constam intervenções urbanas. Atualmente, oriento e dou suporte para pessoas que buscam conhecimento técnico e expressivo no desenho e na pintura, no Soprarte Atelier em Indaial, e no Miolo da Arte em Timbó".
Segundo Elke em sua produção pessoal, tem pesquisado materiais como resina, madeira e cimento. "A temática sempre está diretamente conectada com a natureza".
Questionada sobre o que a levou a entrar neste mundo das cores, tinturas, papéis e pincéis, Elke explica que quando decidi fazer faculdade, lhe pareceu oportuno optar por Educação Artística, já que também somaria com a formação de segundo grau, que era Magistério. "Na faculdade, adorei trabalhar com argila. A pintura não chamava muito minha atenção. Mas como sempre, desenhava com frequência, observando tudo ao meu redor".
Um novo olhar
A artista conta ainda que depois de mais de uma década lecionando artes em escola pública, decidiu produzir algo na área da pintura. "Surgiu então a série com pigmentos naturais extraído de amostras da terra da nossa cidade. O suporte utilizado foi papelão, muito parecido com a estrutura de uma tela. Voltei aos lápis, agora com cores, e estudei várias plantas. Queria então, capturar o máximo de informação possível e levar para o papel. Estudei num período de férias, o óleo sobre tela. Haviam me convidado para lecionar desenho e pintura. Desde então, o ir e vir nas técnicas convencionais como acrílica e aquarela, são frequentes. É preciso buscar aprimoramento! Também é frequente, o reencontro com a argila, e a cor que ela carrega".
Elke conta ainda que em suas produções há diversidade no uso dos materiais, e dos estilos. "Talvez isso se deva ao fluxo natural das buscas pessoais, no convívio com pessoas, e sobretudo com o tempo - dinheiro disponíveis".
A natureza
Nas obras da artista dá para observar uma recorrência de temas naturais. Por que essa ligação, esse interesse?"Lembro que quando criança, sentia enorme prazer em construir caminhos, pequenos jardins e construções, entre as plantas dos canteiros de minha mãe. Separava os grãos mais bonitos entre a areia, e somava pedras, gravetos, musgos e liquens para a construção daquilo que talvez pudéssemos chamar de cenário. Mais tarde, em tempos de escola, percebi que meus desenhos fluíam, e eu gostava de rabiscar casinhas de madeira, cogumelos com janelas e chaminés, vales com diferentes árvores. Todos olhavam e elogiavam. Nos trabalhos em equipe, a parte mais artística era sempre direcionada para mim. Tenho pesquisado a resina e sinto que estou experimentando uma produção artesanal. Me sinto confortável quando me deixo levar pelo desejo de unir elementos naturais, com formatos em resina. Explorar a organicidade e a riqueza do reino vegetal, é muito prazeroso. Tenho investido tempo e dinheiro nessa pesquisa, e pretendo levá-la para a pintura e design".
A artista também analisa a arte como profissão. "Viver de arte, ao meu ver, requer disciplina, determinação e muito trabalho. Se sentir apto a ver o mundo de uma maneira mais sensível, ter de estar integrado nele, e dele achar sustento, é algo grandioso. Me alegro quando conheço um artista que propõe um trabalho genuíno! Sim, é possível viver de arte".
Deixe seu comentário