André Giovanella conta como a fotografia se tornou uma paixão e o ajudou a superar a timidez
INDAIAL - Mário Holetz: é provável que todo indaialense tenha ouvido este nome em algum momento da vida e, se este não for seu caso, é importante que saiba que este é o homem que mais registrou, através das lentes de uma câmera, as belezas de Indaial. Fotografias estas amplamente premiadas. Muito mais do que beleza e títulos, Holetz possui um legado de admiração, respeito e generosidade. Muitos fotógrafos da região foram inspirados por ele, dentre eles, André Giovanella.
"Sempre estava caminhando por aí com sua câmera. Passávamos às seis da manhã para ir trabalhar e lá estava ele, isso me despertou a atenção e a vontade de conhecer mais sobre fotografia", conta Giovanella. Que teve o primeiro contato com uma câmera fotográfica, ainda analógica, aos 20 anos. "Tenho ainda alguns filmes guardados em casa. Havia aquela ansiedade de saber qual tinha sido o resultado das fotos, era uma sensação boa". Muitas das revelações eram feitas com o próprio Holetz, com quem coletava também muitas dicas. "Era uma pessoa muito aberta e gentil, realmente excepcional".
Após as primeiras imagens e muitas dicas do profissional, Giovanella decidiu dedicar-se a um curso para adquirir mais conhecimento. De lá para cá não parou mais de clicar belas imagens e registrar o cotidiano indaialense e de outras cidades da região. "Além de ser autodidata, já fiz muitos cursos, workshops e assisti a muitos materiais disponíveis na internet. Há sempre algo novo e interessante para aprender". O jovem fotógrafo não gosta de ficar parado e utiliza os fins de semana vagos para, tal qual Holetz, sair por aí fotografando. "A música também me inspira muito, coloco os fones de ouvido e caminho por diferentes locais, tentando olhar de novos ângulos para as situações que no dia a dia, devido à correria, passam despercebidas".
Giovanella gosta muito de fotografar natureza, mas também colabora com muitos jornais, inclusive com O Indaialense. As dicas para o início das fotos jornalísticas, vieram da jornalista Clarice Graupe Daronco.Outra grande paixão são as fotos sociais, que revelam por si uma grande barreira vencida por ele.
Timidez dissolvida na lente da câmera
Ele conta ter enfrentado na juventude uma timidez extrema, no entanto, boa parte disso mudou quando começou a fotografar. "Com a câmera nas mãos eu posso conversar com qualquer pessoa, sobre diversos assuntos.
A fotografia foi um incentivo para quebrar a barreira, o contato inicial é: vamos fazer uma foto? A partir daí a conversa flui". Apesar da discrição ser uma marca de Giovanella, o trabalho dele vem sendo reconhecido por grandes nomes, como a estilista Aster Scheidt.
Envolvimento
Giovanella aprendeu com Holetz e tenta passar para frente a ideia de que a fotografia é para quem gosta dela. "Ele me ensinou muitas coisas, então quando alguém me pede uma dica ou, até mesmo, minha câmera emprestada, não me nego. Acredito que quanto mais pessoas envolvermos, melhor será para a fotografia", expressa.
Assim também ocorreu nas três exposições organizadas por ele. A primeira, em 2013, foi fruto de um edital publicado pela Fundação Indaialense de Cultura. Após ter o projeto aprovado, Giovanella decidiu convidar outros fotógrafos para uma exposição coletiva. "Convidei não apenas os profissionais, mas também aqueles que apenas gostam de fotografar, seja com câmera ou celular. Conseguimos reunir 50 fotos e após encerrar o período na FIC, conseguimos espaço para expor as obras em outros dois locais, um deles na Festa de Instalação do Município de Indaial daquele ano".
A mesma iniciativa ocorreu em uma mostra organizada para a Festa do Colono, que reuniu 38 fotos e outra em homenagem aos 90 anos da Ponte dos Arcos, com 30 fotografias expostas. Além destas organizadas por ele, Giovanella já participou de diversas exposições em várias cidades. "Acredito que Indaial ainda tem muito a fazer em divulgação de seus eventos culturais e inserção dos artistas locais em mais eventos. É importante perceber que a participação de um número maior de pessoas significa também um público maior. Mais do que isso, significa que esses eventos não deixarão de existir".
Giovanella é integrante do Foto Clube Santa Catarina e, por meio das páginas do clube nas redes sociais, procura compartilhar informações sobre técnicas e histórias, com o objetivo de atingir cada dia mais pessoas. Para Giovanella, a tecnologia é uma grande aliada. Antigamente a fotografia era restrita a quem podia ter uma câmera e acesso a revelação, hoje, com o celular, qualquer pessoa pode registrar os momentos conforme sua própria visão. Por isso a fotografia é tão apaixonante, pode ter mil pessoas, cada uma vai fazer uma foto única".
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