INDAIAL - A cada ano, novas práticas e cuidados pré-natais e puerperais (logo após o nascimento) têm contribuído para a queda da taxa de mortalidade infantil. Este índice, no entanto, ainda chama atenção em todo o país. Em Indaial, a taxa de mortalidade infantil até um ano de idade é de 9,28 para cada grupo de mil nascidos vivos. Já no Estado, este número cai para 8,69. Os indicadores são referentes ao ano de 2016.

Cabe ressaltar que a cidade baixou o índice se considerarmos os dados levantados no ano de 2015, quando a taxa era de 10,9. Os dados são da Secretaria de Saúde e Vigilância Epidemiológica de Indaial, com base no sistemas de informações sobre mortalidade infantil vigentes (Sim e Sinasc).

Rede Cegonha

De acordo com a enfermeira Mara Aparecida Tambani, integrante da coordenação de Atenção Básica e da Saúde da Mulher, a ênfase do trabalho desenvolvido na cidade está voltada para a melhoria da atenção pré-natal e puerperal, tendo como base os pressupostos da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) e os princípios e diretrizes da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM).

Mara explica que a gestante é encaminhada para a equipe de referência de seu domicílio e o ideal é que inicie o acompanhamento o mais cedo possível, preferencialmente antes da 12ª semana de gestação. "As unidades dispõe de testes rápidos de gravidez, através dos quais o resultado é conhecido em 15 minutos". Durante o pré-natal há atenção para questões como a avaliação de rotina odontológica; atualização da situação vacinal; rastreio de câncer de colo de útero, através da coleta de exame preventivo de colo uterino; testagem rápida de exames de HIV, Hepatites B e C e Sífilis; atividades educativas coletivas sobre temas pré-natal, parto e puerpério; exames de rotina e consultas médica e de enfermagem.

Por volta da 36ª semana de gestação, as gestantes realizam um acompanhamento de rotina no Serviço de Obstetrícia do Plantão Obstétrico no Hospital Beatriz Ramos. "Esta avaliação tem o objetivo de melhorar o vínculo da gestante com o local de realização do parto". Outro fluxo estabelecido pelo Protocolo é o de referência das gestantes classificadas com risco gestacional para o Ambulatório de Pré-natal de Alto Risco (PNAR), cuja referência para a região é o Hospital Santo Antônio de Blumenau. "As consultas PNAR são agendadas por intermédio da Central de Regulação da Secretaria de Saúde de Blumenau".

Humanização

Cerca de 200 profissionais estão envolvidos no atendimento ao pré-natal, parto e puerpério em Indaial. No período de 1º de outubro de 2016 a 25 de setembro de 2017 foram cadastradas 940 gestantes no município.

Como incentivo ao parto humanizado, são esclarecidas dúvidas e expostos os benefícios do parto normal. "A capacitação dos profissionais para a prática do parto normal é permanente na formação dos servidores da rede. Há também a oportunidade da gestante conhecer o estabelecimento do parto, através do Programa Prazer em conhecê-los, oferecido pelo Hospital Beatriz Ramos, que tem por objetivo deixá-la mais confiante e tirar dúvidas", acrescenta Mara.

Ações

Além das ações já citadas, o município possui representantes no Grupo Condutor Regional da Rede Cegonha que, dentre outros objetivos, busca identificar e apoiar solução a possíveis pontos críticos regionais, monitorar e avaliar o processo de implementação da Rede. Da mesma forma, há representação do município no Comitê Regional de Mortalidade Materna, Fetal e Infantil, com o objetivo de monitorar os casos de óbitos dos municípios e planejar ações para a redução dos mesmos.

Diretrizes da Rede Cegonha

- Garantia do acolhimento, ampliação do acesso e melhoria da qualidade do pré-natal, através da busca ativa e captação precoce;

- Garantia de vinculação da gestante à unidade de referência do seu domicílio, sendo as Unidades Básicas de Saúde do seu bairro;

- Garantia das boas práticas e segurança na atenção ao parto e nascimento, através da vinculação prévia ao local do parto, bem como a capacitação permanente de profissionais para a prática humanizada que envolve o ciclo gravídico-puerperal;

- Garantia da atenção à saúde das crianças de zero a 24 meses com qualidade, através do acompanhamento de puericultura nas Unidades Básicas de Saúde, de acordo com o calendário preconizado pelo Ministério da Saúde;

- Garantia da ampliação do acesso ao planejamento produtivo, através da oferta de atendimentos para o aconselhamento do método de planejamento familiar, e assim oportunizar a melhor escolha. Atualmente o município dispõe de métodos como: anticoncepcionais orais, injetáveis, DIU e cirúrgicos.